Economia

Protestos na Espanha crescem com adesão de desempregados

As manifestações cresceram quando o governo de centro-direita anunciou um corte de 65 bilhões de euros nos gastos, há duas semanas

Primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Parlamento em Madri (Andrea Comas/Reuters)

Primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Parlamento em Madri (Andrea Comas/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2012 às 17h58.

Madri - Centenas de espanhóis desempregados que viajaram centenas de quilômetros a pé até Madri, juntaram-se a protestos neste sábado contra o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy e a forma como ele está lidando com a crise econômica no país.

As manifestações se espalharam pela Espanha, com os bombeiros e policiais se juntando a um protesto em massa na quinta-feira, desde que o governo de centro-direita anunciou um corte de 65 bilhões de euros nos gastos, há duas semanas, para cumprir as condições de uma operação de resgate da zona do euro.

Várias centenas de desempregados viajaram a pé da região sul da Anadaluzia, que tem uma das piores taxas de desemprego do país, do norte da Catalunha e de outras regiões, numa tentativa de chamar atenção para o problema dos desempregados no país castigado pela recessão, onde praticamente uma em cada quatro pessoas está desempregada.

Uma marcha foi programada para este sábado a noite, em direção a Puerta Del Sol, em Madri, uma praça central que tem sido palco de protestos envolvendo centenas de milhares de manifestantes. A violência explodiu em um protesto no começo deste mês e a polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Os manifestantes gritando: "Desempregado, acorde!" foram acompanhados por membros do movimento dos "Indignados", que tem organizado manifestações silenciosas na praça há mais de um ano.

O governo está tentando evitar um resgate financeiro completo, depois que foi forçado a pedir aos líderes da zona do euro até 100 bilhões de euros para ajudar os bancos em dificuldades da quarta maior economia do bloco.

Rajoy tem pressionado para aprovar os cortes de 65 bilhões nos gastos e o aumento de impostos para atingir as metas de déficit fixadas por Bruxelas, que são acusadas de empurrar a economia de volta à recessão por mais um ano.

Um dos cortes mais controversos do governo vai afetar os benefícios, que serão reduzidos para os novos desempregados.

Os custos de empréstimos na Espanha continuam a crescer para números assustadores, atingindo um pico na sexta-feira, depois que a região de Valencia requisitou ajuda financeira e o governo anunciou previsões econômicas sombrias.

A previsão é de que a economia ficará presa na recessão no próximo ano.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrises em empresasDesempregoEspanhaEuropaPiigs

Mais de Economia

Com mais renda, brasileiro planeja gastar 34% a mais nas férias nesse verão

Participação do e-commerce tende a se expandir no longo prazo

Dívida pública federal cresce 1,85% em novembro e chega a R$ 7,2 trilhões

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo