Economia

Proposta de reforma que irá ao Congresso taxa inativos em 11%

O governo federal fecha nesta quinta-feira (17/4) a redação da proposta de reforma da Previdência. O texto, que deverá ser enviado ao Congresso na próxima semana, taxa os funcionários públicos inativos em 11% e sobe as idades mínimas de aposentadoria de homens e mulheres. Com a proposta, o governo deverá economizar 56 bilhões de reais […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.

O governo federal fecha nesta quinta-feira (17/4) a redação da proposta de reforma da Previdência. O texto, que deverá ser enviado ao Congresso na próxima semana, taxa os funcionários públicos inativos em 11% e sobe as idades mínimas de aposentadoria de homens e mulheres.

Com a proposta, o governo deverá economizar 56 bilhões de reais ao longo de 30 anos. "É desejável que sobre dinheiro para investimento social, mas esse não é o objeto principal da reforma", diz Ricardo Berzoini, ministro da Previdência. "O objetivo é garantir a auto-sustentabilidade do sistema no médio e no longo prazo".

Os pontos da proposta foram acertados entre a União e os 27 governos estaduais em reunião na Granja do Torto. Os principais itens são os seguintes:

  • Funcionários públicos inativos passarão a contribuir com a Previdência com uma alíquota de 11%. Ficarão de fora os aposentados públicos isentos do imposto de renda (IR). O limite atual de isenção do IR é de 1 058 reais em rendimentos mensais.
  • A idade mínima de aposentadoria passa a ser de 60 anos para homem e 55 anos para mulher. Para os contratados no antigo regime, o direito de aposentadoria aos 53 anos (homens) e 48 anos (mulheres) será mantido, mas, ao optar pelo desligamento, os funcionários perderão 5% dos benefícios para cada ano abaixo da nova idade mínima.
  • Quem se aposentar no setor público e tiver passado ao longo da carreira pelo setor privado terá benefício proporcional ao tempo de colaboração aos dois regimes.
  • As pensões corresponderão a no máximo 70% da aposentadoria do beneficiado principal. Se a pensão tiver de ser paga por tempo muito longo, haverá mecanismos para redução do benefício.
  • A aposentadoria máxima para os contribuintes do setor privado (Regime Geral de Previdência) passará a ser de 2 400 reais. Atualmente, o teto é de 1 561,66 reais. Se fosse reajustado pelo INPC, como prevêem as atuais regras da previdência, ele passaria a 1 800 reais em junho deste ano. Como a Constituição define que o teto deve corresponder a 10 salários mínimos - e faz tempo que isso não acontece -, o governo quer aproveitar a reforma para fazer o realinhamento (o salário mínimo foi reajustado em abril para 240 reais).
  • O teto para o funcionalismo público não será mais definido pelo Projeto de Lei nº 9, o PL9. Herança do governo anterior, o PL9 trata de dois assuntos: define tetos para o funcionalismo público e regulamenta a complementação das aposentadorias por meio de fundos de previdência. O projeto vem sendo duramente criticado pelo funcionalismo público, que vê nele uma tentativa de privatizar a previdência. Berzoini afirmou que o governo descobriu outra forma de lidar com os tetos e as complementações, mas não quis adiantar qual seria.
  • Acompanhe tudo sobre:[]

    Mais de Economia

    Banco Central russo para de comprar moedas estrangeiras para frear desvalorização do rublo

    CCJ conclui audiências sobre reforma tributária, mas votação do parecer ainda não tem data

    Isenção de IR até R$ 5 mil pode custar R$ 45,8 bilhões aos cofres públicos, calcula Warren