Economia

Projeção para a dívida bruta em julho é de 73,9% do PIB, diz BC

Já a projeção para a dívida líquida do setor público para julho é de 50,0% do PIB

Fernando Rocha: "a trajetória de déficit primário tem contribuído para o aumento da dívida pública", comentou o chefe-adjunto (Ueslei Marcelino/Reuters)

Fernando Rocha: "a trajetória de déficit primário tem contribuído para o aumento da dívida pública", comentou o chefe-adjunto (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de julho de 2017 às 13h44.

Brasília - O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, informou nesta sexta-feira, 28, que a projeção da instituição para a dívida bruta do governo geral em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de 73,9% em julho. Já a projeção para a dívida líquida do setor público para julho é de 50,0% do PIB. O cálculo da dívida líquida foi feito levando-se em conta um câmbio de R$ 3,15.

"A trajetória de déficit primário tem contribuído para o aumento da dívida pública", comentou Rocha, durante coletiva de imprensa concedida nesta sexta, dia em que o BC divulgou dados do setor púbico de junho. Em junho, a dívida líquida atingiu 48,7%, o maior porcentual desde março de 2005 (49,3%). Já a dívida bruta foi a 73,1% do PIB em junho.

Operações do Fies

Fernando Rocha explicou também sobre as mudanças estatísticas promovidas pelo BC em relação aos números do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A instituição, de acordo com Rocha, ampliou o grau de informação para as estatísticas do Fies.

"Teremos dois conjuntos de informação: as operações do Fies com garantias e as sem garantias", disse Rocha, referindo-se ao Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC).

"Sem garantias, não temos ativo financeiro para registrar, então há impacto deficitário de maneira integral", explicou. Assim, a operação é registrada como um déficit fiscal no momento da concessão. "E daqui a um determinado numero de anos, o reembolso terá impacto superavitário", acrescentou.

Já as operações com garantia são registradas na dívida líquida. Por isso, neutralizam o impacto deficitário - mas parcialmente, lembrou Rocha. "Pelas regras, o FGEDUC garante até um teto de 90% da operação. Os 10% sem garantia gera déficit no primário. No retorno (se a operação for paga), gera um superávit", afirmou.

Rocha afirmou ainda que, até fevereiro de 2017, a inadimplência no Fies chegava a 16,4%. "Temos mais informações agora, podemos fazer um cálculo mais preciso do impacto. O Fies cresceu muito em 2013 e 2014. Neste caso, o período de amortização (pagamento do empréstimo) começa em 2019", lembrou. Por isso, segundo ele, as estatísticas da área fiscal vão refletir, a partir de 2019, um montante maior de operações do Fies.

O Banco Central havia informado mais cedo, por meio da Nota de Política Fiscal distribuída à imprensa, que a partir do mês de junho "passam a ser realizados aperfeiçoamentos na sistemática de registro das operações do Fies nas estatísticas fiscais".

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDívidasFiesPIB do Brasil

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor