Economia

Produção industrial no Brasil sobe 0,7% em fevereiro, diz IBGE

Setor extrativo tem maior queda em 17 anos após acidente em Brumadinho (MG)

Indústria brasileira: no acumulado de 2019, a indústria teve queda de 0,2% (Getty Images/Getty Images)

Indústria brasileira: no acumulado de 2019, a indústria teve queda de 0,2% (Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de abril de 2019 às 09h12.

Última atualização em 2 de abril de 2019 às 09h44.

São Paulo —  A produção industrial subiu 0,7% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, divulgou na manhã desta terça-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da mediana (1,0%) das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde queda de 1,1% a alta de 2,7%.

Em relação a fevereiro de 2018, a produção subiu 2,0%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas dos economistas ouvidos variavam de avanço de 1,5% a 3,6%, com mediana positiva de 2,4%. No acumulado do ano de 2019, a indústria teve queda de 0,2%, segundo o IBGE. Já em 12 meses, a produção da indústria avançou 0,5%.

Em fevereiro, entre as categorias econômicas, o destaque coube a Bens de Capital, uma medida de investimento, que teve avanço de 4,6% na produção impulsionada pela produção de caminhões. Bens de Consumo Duráveis também teve forte alta de 3,7% em fevereiro sobre o mês anterior, com o setor de automóveis ajudando o resultado, segundo o IBGE.

Já a produção de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis registrou crescimento de 0,7%, enquanto a de Bens Intermediários encolheu 0,8% no mês.

Entre os 26 ramos pesquisados, 16 apresentaram ganhos, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (6,7%), produtos alimentícios (3,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%).

"A alta bem disseminada na produção de fevereiro ainda guarda uma relação com o efeito-calendário, já que em 2019 o mês teve dois dias úteis a mais do que fevereiro de 2018, com o feriado de Carnaval em março", explicou em nota o gerente da pesquisa, André Macedo.

Entretanto, as indústrias extrativas sofreram a maior queda da série iniciada em 2002, com contração de 14,8%, devido principalmente à produção de minérios de ferro. Segundo o IBGE, esse resultado é reflexo dos efeitos do rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho (MG), que deixou mais de 300 mortos.

De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa dos economistas para a indústria neste ano é de uma expansão de 2,50%, acelerando a 3,00% em 2020.

Acompanhe tudo sobre:IBGEIndústria

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor