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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
Depois de meses de queda e de um ensaio de recuperação em agosto, a produção da indústria paulista voltou a crescer. O Indicador de Atividade Industrial (INA) do mês de setembro, anunciado nesta terça-feira (28/10) pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias (Depecon/Fiesp), registrou um crescimento de 6% em relação ao mês anterior. Em relação a setembro do ano passado, houve aumento de 5,5%.
Os fatores que impulsionaram a melhora no indicador foram o bom desempenho das exportações, a fabricação de bens duráveis impulsionada pelo aumento do consumo doméstico e a produção retardada para atender a demanda de fim de ano.
"A produção melhorou porque as empresas, para administrar o risco, decidiram que estavam no período limite para se preparar para o final de ano", afirma Clarice Messer, diretora do Depecon. De acordo com ela, os números de outubro também deverão ser positivos, mas ainda é cedo para dizer se a demanda irá corresponder a essa reação da indústria.
A economista também foi cautelosa quando questionada sobre a sustentabilidade da melhora de desempenho da indústria. No mercado interno, diz Clarice, ela depende de dois fatores: a recuperação da renda e o aumento do crédito. "Já há uma melhora visível das condições de crédito e a reação da indústria de produtos duráveis mostra isso", diz. "Já a queda do poder aquisitivo é um constrangimento mais complicado e de muita importância. Por isso, não há ainda condições visíveis para o crescimento do mercado interno."
Já no mercado externo, diz Clarice, a sustentabilidade depende do aumento das exportações, o que implicará investimentos. "Setores como o metalúrgico e o de papel e celulose já estão com limitação de capacidade instalada", diz Clarice.
Com o anúncio do INA de setembro e as boas perspectivas para outubro, a expectativa é que a atividade da indústria paulista feche o ano entre a estabilidade e uma queda de 1% em relação ao ano anterior. A previsão anterior sugeria uma queda entre 1% e 1,5%.