Economia

Produção industrial cresce 7,7% no primeiro semestre, conforme IBGE

Para analista, resultado de junho afasta temor de inflação por demanda e, por tabela, uma eventual alta dos juros

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

O desempenho da indústria confirma a retomada da expansão da economia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro semestre, a produção industrial cresceu 7,7% sobre igual período do ano passado. O segmento de bens de capital e bens de consumo duráveis lideraram a expansão, com taxas de 25,2% e 23,9%, respectivamente. Já o segmento de bens intermediários aumentou 6,2% , e o de bens de consumo semiduráveis e não duráveis avançaram 2,1%.

Em relação ao tipo de atividade, o setor automotivo, com expansão de 26,1%, foi o que mais favoreceu o desempenho geral do semestre. Outros destaques, conforme o IBGE, foram os setores de máquinas e equipamentos (16,2%), e produtos químicos (7,9%). Entre os ramos que apresentaram retração no período, o IBGE citou a indústria farmacêutica (-5,9%), seguida pelo setor de edição e impressão (-1%), e calçados e couros (-3,3%).

Somente em junho, a indústria cresceu 13% em relação a igual mês do ano passado e 0,5% sobre maio deste ano. Trata-se do quarto mês consecutivo de incremento da produção industrial, segundo o IBGE. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho, a taxa de crescimento passou para 4%, indicando aceleração no ritmo em relação a maio, quando o acumulado de 12 meses estava em 2,8%.

Inflação de demanda

Apesar dos bons resultados, o aumento da produção em junho em comparação a maio ficou abaixo das expectativas do mercado. Na Fator Corretora, por exemplo, a projeção era de uma alta de 2,3%. Segundo o economista-chefe, Vladimir Caramaschi, a estimativa apoiava-se em dados prévios, como a produção de automóveis e o consumo de embalagens. "Os dados sinalizavam um ritmo bem mais forte de expansão", afirma.

O número divulgado pelo IBGE, porém, foi considerado positivo por Caramaschi, porque demonstra que a retomada econômica não é tão brusca quanto se pensava. A principal conseqüência é que isto afasta o risco de uma demanda excessiva pressionar a inflação e criar a necessidade de a taxa básica de juros ser elevada. "Por conta disso, o resultado da produção industrial de junho deve ser bem recebido pelo mercado de juros", diz Caramaschi.

Ele afirma, ainda, que mesmo menor que as projeções de mercado, o desempenho do mês retrasado é bastante positivo, por ser 13% maior que o de junho de 2003. "É um ritmo bem forte."

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