Fábrica de bolsas na China: produção industrial cresceu 8,7% em ritmo anual (Mark Ralston/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2014 às 12h26.
Pequim - A produção industrial chinesa desacelerou em abril e, desde janeiro, os investimentos cresceram no ritmo mais lento em 12 anos, segundo números oficiais divulgados nesta terça-feira, que apontam uma queda da atividade da segunda maior economia mundial.
A produção industrial cresceu 8,7% em ritmo anual, menos que no mês anterior (8,8%), anunciou o Gabinete Nacional de Estatísticas (BNS). Em janeiro e fevereiro, o crescimento havia sido de 8,6%, o índice mais baixo em cinco anos.
Os investimentos em capital fixo aumentaram 17,3% em janeiro-abril, em relação ao mesmo período de 2013.
Também se trata de uma desaceleração, já que ocorreu uma progressão no primeiro trimestre (janeiro-março) de 17,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A alta registrada em janeiro-abril é a mais fraca dos últimos 12 anos.
A moderação dos investimentos pode ser explicada pelo esfriamento do mercado imobiliário, e por uma ampla campanha contra a corrupção, segundo os analistas do Bank of America Merrill Lynch.
Por sua vez, as vendas ao varejo progrediram 11,9% interanual em abril, revelando neste caso também um sensível freio no consumo particular, em relação ao crescimento registrado em março (12,2%), segundo o BNS.
Estas estatísticas decepcionantes podem alimentar as inquietações sobre a saúde da economia chinesa, cuja atividade sofre um claro freio.
O crescimento econômico do país caiu a 7,4% no primeiro trimestre de 2014 - um mínimo em 18 meses -, contra 7,7% no trimestre anterior. Pequim fixou em março um objetivo de crescimento anual de "cerca de 7,5%".
As autoridades chinesas descartaram um plano maciço de reativação, embora tenham aplicado desde abril uma série de medidas para encorajar a atividade, como estímulos fiscais, facilidades para investir em infraestruturas e redução do índice de reservas obrigatórias para os bancos rurais.
Apesar disso, "a pressão continua crescendo para incitar (o governo) a adotar novas medidas de flexibilização monetária", ressalta Zhang Zhiwei, analista do banco Nomura.