Economia

Produção de soja do Brasil deve avançar ao norte e saltar 33% em 10 anos

Estudo do ministério da Agricultura prevê que a soja deva ocupar ainda mais a área conhecida como Matopiba, ou seja, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia

Lavoura de soja na Bahia: De acordo com pesquisa do Ministério da Agricultura, na próxima década a área plantada com a oleaginosa no país deve saltar 9,5 milhões de hectares, ou 26,6%, e alcançar os 45,3 milhões de hectares em 2029 (Roberto Samora/Reuters)

Lavoura de soja na Bahia: De acordo com pesquisa do Ministério da Agricultura, na próxima década a área plantada com a oleaginosa no país deve saltar 9,5 milhões de hectares, ou 26,6%, e alcançar os 45,3 milhões de hectares em 2029 (Roberto Samora/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 26 de julho de 2019 às 18h19.

São Paulo — A produção de soja do Brasil deve avançar 32,9% nos próximos dez anos, atingindo os 151,9 milhões de toneladas na temporada 2028/29, com a continuidade da expansão produtiva em direção ao Norte, informou o Ministério da Agricultura em estudo de longo prazo divulgado nesta sexta-feira.

De acordo com a pesquisa, na próxima década a área plantada com a oleaginosa no país deve saltar 9,5 milhões de hectares, ou 26,6%, e alcançar os 45,3 milhões de hectares em 2029, sendo a lavoura com o maior crescimento previsto para o período - ainda que menor que o dos últimos 10 anos, quando expandiu 67%.

"A soja deve expandir-se por meio de uma combinação de expansão de fronteira em regiões onde ainda há terras disponíveis, ocupação de terras de pastagens e pela substituição de lavouras onde não há terras disponíveis para serem incorporadas", disse a pasta.

O ministério prevê que a soja deva avançar pelo Centro-Nordeste do país, ocupando ainda mais a área conhecida como Matopiba, que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, com uma expansão de 14,9% na região.

"Apesar de suas deficiências de infraestrutura, os preços de terras são atrativos, o clima corresponde ao do Cerrado e o relevo é favorável", disse o órgão sobre o local.

Outros Estados nortistas, como Rondônia e Pará, também devem ver um aumento na produção de soja, enquanto o Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa, tende a perder força na expansão, devido aos seus altos preços de terras.

O estudo também apresenta projeções de prazo mais curto, com uma estimativa de produção de 120,6 milhões de toneladas de soja em 2019/20, que começa a ser plantada em setembro, além de exportações esperadas de 73 milhões de toneladas para o período.

Milho

Para o milho, o ministério vê um avanço de apenas 0,7% na área de cultivo ao longo dos próximos dez anos, para 18,5 milhões de hectares, após um crescimento de 33,2% na última década, que teve destaque com avanço de 134% da segunda safra.

"Não haverá necessidade de novas áreas para expansão dessa atividade, pois as áreas de soja liberam a maior parte das áreas requeridas pelo milho", apontou o estudo.

Mesmo assim, a produção deverá saltar 20,2% no período, com uma projeção de 114,5 milhões de toneladas para 2028/29.

O consumo interno do produto deve permanecer em torno dos atuais 65,6% da produção, enquanto as exportações tendem a avançar em cerca de 10 milhões de toneladas no período, para 41,4 milhões de toneladas em 2028/29.

O ministério prevê ainda uma produtividade em avanço, especialmente para a "safrinha".

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaMinistério da Agricultura e PecuáriaSoja

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor