Economia

Prisma: previsão para rombo primário em 2019/20 fica praticamente estável

A expectativa é de que o déficit primário do governo central seja de R$105,919 bilhões, distante da meta do governo de R$139 bilhões para 2019

Déficit: a estimativa é de um primário negativo em 76,153 bilhões de reais em 2020 (lucato/Thinkstock)

Déficit: a estimativa é de um primário negativo em 76,153 bilhões de reais em 2020 (lucato/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 11 de julho de 2019 às 11h38.

Brasília - Economistas praticamente não alteraram em julho suas expectativas para o rombo primário do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) neste ano e no próximo, segundo relatório Prisma Fiscal, divulgado pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira.

Segundo a mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a expectativa para o déficit primário do governo central teve ligeiro recuo a 105,919 bilhões de reais neste ano, sobre 105,948 bilhões de reais na conta feita em junho.

A estimativa, entretanto, continua distante da meta oficial de um déficit de 139 bilhões de reais para este ano.

Nesta semana, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o governo pode anunciar novo contingenciamento nas despesas para assegurar o cumprimento da meta fiscal de 2019, já que a perspectiva é de diminuição nas receitas esperadas para o ano por conta de revisão que será feita para baixo para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB).

O martelo será batido até o dia 22, data de divulgação do próximo relatório bimestral de receitas e despesas. Para aliviar a investida, após um contingenciamento de quase 30 bilhões de reais já anunciado em março, o governo poderá adotar medidas para que o bloqueio nos gastos não seja tão forte, incluindo iniciativas tributárias e associadas a fundos.

Para 2020, a estimativa dos economistas consultados pelo Prisma é de um primário negativo em 76,153 bilhões de reais, com pequena variação para cima em relação à cifra de 75,838 bilhões de reais vista no mês anterior, mas também dentro da meta estipulada para o exercício.

O alvo fiscal para 2020, segundo projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um rombo primário de 124,1 bilhões de reais -- sétimo dado consecutivo no vermelho, numa mostra do forte desequilíbrio entre receitas e despesas no país.

Em meio ao desarranjo fiscal, a dívida segue avançando sobre o Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que encerre 2019 em 78,75% do PIB, ante patamar de 78,50% visto em junho, mostrou o Prisma. Para 2020, a conta foi piorada a 80,20% do PIB, sobre 80% antes.

Acompanhe tudo sobre:Déficit públicoGoverno Bolsonaro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto