Trabalhador seleciona grãos de café durante colheita em uma fazenda em Espírito Santo do Pinhal, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 13h34.
São Paulo - As previsões de chuvas que poderiam aliviar as áreas ressecadas de café e cana-de-açúcar do Brasil nos próximos 15 dias se deterioraram e agora espera-se que metade das lavouras nas principais regiões de cultivo do país permaneça seca, apontou nesta quarta-feira a empresa de meteorologia dos EUA Commodities Weather Group.
Depois que as duas culturas tiveram safras afetadas pela severa seca do início de 2014, a negociação de açúcar e café nas bolsas tem sido volátil, e os preços podem reagir ao atraso das chuvas de primavera, que vão ajudar a definir potencial das colheitas de 2015 no Brasil.
Os primeiros contratos do café e do açúcar operavam em baixa por volta das 12h50 (horário de Brasília), na bolsa de Nova York.
A CWG afirmou que as melhores chances de chuvas na previsão de 11 a 15 dias são de ocorrência de precipitações no sudeste de São Paulo, nordeste de Minas e Espírito Santo, o principal Estado produtor de café robusta.
"Entretanto, pelo menos metade das áreas de café e cana tem risco de não receber chuvas suficientes", afirmou o serviço de meteorologia. "Nossa previsão muda para chuvas principalmente no sul das áreas de cana e café em 11 a 15 dias." Além disso, a CWG disse que as previsões para 16 a 30 dias para a região mais ao norte do cinturão agrícola do Brasil indicam condições mais secas.
A região do centro-sul do Brasil está no final da temporada de seca, que vai de abril a outubro, mas este ano tem sido particularmente duro para as lavouras de cana e café arábica.
Meteorologistas disseram que uma massa de ar seco nas regiões produtoras está empurrando as frentes frias para o oceano, dificultando a ocorrência de chuvas nas áreas agrícolas.
Temperaturas altas durante a tarde colaboram para estressar ainda mais as plantas.