Previsão de PIB piora e Brasil pode cair para 9ª economia
De acordo com estimativas mais pessimistas, o país poderá deixar o posto de sétima maior economia do mundo registrado em 2014 ao ser ultrapassado por Índia e Itália.
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2015 às 17h56.
Londres - A recessão e o real cada vez mais fraco podem levar o Brasil a perder dois postos no ranking das maiores economias do planeta em 2015. Levando-se em conta as estimativas mais pessimistas do mercado coletadas pelo Banco Central, o País poderá deixar o posto de sétima maior economia do mundo registrado em 2014 ao ser ultrapassado pela Índia e Itália. Assim, o Brasil, que comemorou o título de sexta potência econômica há apenas quatro anos, pode voltar casas no tabuleiro para terminar dezembro como a nona economia mundial.
Diante das apostas de recessão mais acentuada e com a desvalorização acumulada de mais de 20% do real em 2015, o tamanho da economia brasileira medido em dólares pode diminuir até 23% na comparação com o ano passado, revela levantamento feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e estimativas do mercado coletadas pelo Banco Central na pesquisa Focus.
Nesse quadro mais pessimista, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode terminar o ano em US$ 1,81 trilhão. O cenário usa como parâmetro as piores previsões da pesquisa Focus: contração da economia de 2,8% este ano e dólar médio de R$ 3,23 em 2015. A estimativa também leva em conta um deflator de 8,9%. Assim, o tamanho da economia brasileira ficaria atrás da Índia, cujo PIB projetado pelo FMI é de US$ 2,31 trilhões neste ano, e também da Itália, com expectativa de US$ 1,84 trilhão.
Se forem usadas previsões medianas da pesquisa Focus - que mostram estimativa intermediária, distante do cenário mais pessimista e do mais otimista - o PIB em dólares ficaria em US$ 1,91 trilhão, acima do montante projetado para a Itália. Nesse caso, portanto, o Brasil seria ultrapassado apenas pela Índia e ficaria como oitava economia do mundo.
Há alguns anos, enquanto o mundo desenvolvido recolhia os cacos da crise de 2008, o Brasil despertou a admiração mundial pelo sucesso na condução da economia. O governo chegou a citar que o País poderia ser a quinta economia do mundo até 2020. Em pleno boom das commodities, o Brasil atingiu o posto de sexta maior economia do planeta em 2011, quando superou o Reino Unido na liga das maiores potências. Em 2012, porém, o País recuou um degrau e devolveu a sexta posição aos ingleses. Agora, o Brasil pode recuar até dois postos.
"Não estamos em uma corrida de PIBs, mas o quadro global já mostrava que a Índia ultrapassaria o Brasil em 2015. Agora, com a recessão e o real cada vez mais fraco, é óbvio que os números brasileiros pioram ainda mais", diz o economista para o Brasil do espanhol BBVA Research, Enestor dos Santos. O analista de Madri ressalta que o mercado financeiro não toma esse tipo de ranking como indicador, mas Santos nota que, se observado em um horizonte mais longo, o PIB em dólares confirma que o Brasil vive outro ciclo econômico.
Entre 2002 e o pico em 2011, o PIB brasileiro em dólares saltou 366%. A partir desse ápice, o valor passou a cair e o Brasil deve perder 29% do PIB em dólares até 2016, prevê o BBVA. "Esse é um bom resumo do que aconteceu com o Brasil nos últimos anos. Tivemos um boom com crescimento da economia e a valorização da taxa de câmbio. Isso explicou a subida. Agora, temos tudo ao contrário".
Londres - A recessão e o real cada vez mais fraco podem levar o Brasil a perder dois postos no ranking das maiores economias do planeta em 2015. Levando-se em conta as estimativas mais pessimistas do mercado coletadas pelo Banco Central, o País poderá deixar o posto de sétima maior economia do mundo registrado em 2014 ao ser ultrapassado pela Índia e Itália. Assim, o Brasil, que comemorou o título de sexta potência econômica há apenas quatro anos, pode voltar casas no tabuleiro para terminar dezembro como a nona economia mundial.
Diante das apostas de recessão mais acentuada e com a desvalorização acumulada de mais de 20% do real em 2015, o tamanho da economia brasileira medido em dólares pode diminuir até 23% na comparação com o ano passado, revela levantamento feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e estimativas do mercado coletadas pelo Banco Central na pesquisa Focus.
Nesse quadro mais pessimista, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode terminar o ano em US$ 1,81 trilhão. O cenário usa como parâmetro as piores previsões da pesquisa Focus: contração da economia de 2,8% este ano e dólar médio de R$ 3,23 em 2015. A estimativa também leva em conta um deflator de 8,9%. Assim, o tamanho da economia brasileira ficaria atrás da Índia, cujo PIB projetado pelo FMI é de US$ 2,31 trilhões neste ano, e também da Itália, com expectativa de US$ 1,84 trilhão.
Se forem usadas previsões medianas da pesquisa Focus - que mostram estimativa intermediária, distante do cenário mais pessimista e do mais otimista - o PIB em dólares ficaria em US$ 1,91 trilhão, acima do montante projetado para a Itália. Nesse caso, portanto, o Brasil seria ultrapassado apenas pela Índia e ficaria como oitava economia do mundo.
Há alguns anos, enquanto o mundo desenvolvido recolhia os cacos da crise de 2008, o Brasil despertou a admiração mundial pelo sucesso na condução da economia. O governo chegou a citar que o País poderia ser a quinta economia do mundo até 2020. Em pleno boom das commodities, o Brasil atingiu o posto de sexta maior economia do planeta em 2011, quando superou o Reino Unido na liga das maiores potências. Em 2012, porém, o País recuou um degrau e devolveu a sexta posição aos ingleses. Agora, o Brasil pode recuar até dois postos.
"Não estamos em uma corrida de PIBs, mas o quadro global já mostrava que a Índia ultrapassaria o Brasil em 2015. Agora, com a recessão e o real cada vez mais fraco, é óbvio que os números brasileiros pioram ainda mais", diz o economista para o Brasil do espanhol BBVA Research, Enestor dos Santos. O analista de Madri ressalta que o mercado financeiro não toma esse tipo de ranking como indicador, mas Santos nota que, se observado em um horizonte mais longo, o PIB em dólares confirma que o Brasil vive outro ciclo econômico.
Entre 2002 e o pico em 2011, o PIB brasileiro em dólares saltou 366%. A partir desse ápice, o valor passou a cair e o Brasil deve perder 29% do PIB em dólares até 2016, prevê o BBVA. "Esse é um bom resumo do que aconteceu com o Brasil nos últimos anos. Tivemos um boom com crescimento da economia e a valorização da taxa de câmbio. Isso explicou a subida. Agora, temos tudo ao contrário".