Na comparação entre agosto de 2020 e agosto de 2019, houve baixa de 3,92% (Cesar Okada/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de outubro de 2020 às 09h58.
Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 10h34.
Após a forte retração nos meses de março e abril, em meio à pandemia do novo coronavírus, a atividade econômica brasileira apresentou o quarto mês consecutivo de alta. O Banco Central informou nesta quinta-feira, 15, que o Índice de Atividade (IBC-Br) subiu 1,06% em agosto ante julho, na série já livre de influências sazonais. Em julho, o avanço havia sido de 3,71% (dado revisado).
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, apesar de percebidos em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março. Para conter o número de mortos, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que impactou a atividade econômica. Os efeitos negativos foram percebidos principalmente em março e abril. Nos últimos quatro meses, porém, o IBC-Br demonstrou reação.
De julho para agosto, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 132,64 pontos para 134,05 pontos na série dessazonalizada. Este é o maior patamar desde fevereiro deste ano (139,92 pontos).
A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo das estimativas do mercado financeiro mas abaixo da mediana calculada pelo Projeções Broadcast, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Os analistas esperavam resultado entre +0,90% e +3 44%, o que gerou a mediana em +1,70%.
Na comparação entre os meses de agosto de 2020 e agosto de 2019, houve baixa de 3,92% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 136,66 pontos em agosto.
O indicador de agosto de 2020 ante o mesmo mês de 2019 mostrou desempenho levemente menos negativo do que previa a mediana das projeções e veio dentro do intervalo das estimativas do mercado financeiro. Os analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam resultado entre -4,80% e -3,01% (mediana em -4,05%).
Trimestre
O Banco Central também informou que o IBC-Br registrou alta de 5,94% no acumulado do trimestre encerrado em agosto de 2020, na comparação os três meses anteriores (março a maio), pela série ajustada sazonalmente.
Por outro lado, o BC informou que o IBC-Br acumulou baixa de 4,74% no trimestre até agosto de 2020 ante igual período de 2019, pela série sem ajustes sazonais.
Conhecido como uma espécie de "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2020 é de retração de 5,0%. Este cálculo foi divulgado por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.
No Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na última terça-feira, a projeção é de queda de 5,03% do PIB em 2020. O Focus reúne as projeções dos economistas do mercado financeiro.