Economia

Presidente egípcio anuncia mudanças para atender a desafios

"Vou empreender todos os meus esforços para apoiar a economia egípcia, que enfrenta enormes desafios", disse o presidente

Mursi sanciona a nova Constituição: Mursi renovou o seu apelo à oposição a participar de um diálogo nacional, dizendo que "o diálogo se tornou uma necessidade" (©afp.com / Ho)

Mursi sanciona a nova Constituição: Mursi renovou o seu apelo à oposição a participar de um diálogo nacional, dizendo que "o diálogo se tornou uma necessidade" (©afp.com / Ho)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2012 às 16h33.

Cairo - O presidente egípcio, Mohamed Mursi, comemorou nesta quarta-feira a aprovação da nova Constituição, apoiada pelos islâmicos, e anunciou uma remodelação governamental para enfrentar os desafios econômicos do país.

"Vou empreender todos os meus esforços para apoiar a economia egípcia, que enfrenta enormes desafios, mas que também possui grandes oportunidades de crescimento, e farei todas as mudanças necessárias para cumprir esta missão, de crescimento e produção", disse em um discurso televisionado.

"Eu encarreguei Hisham Qandil, o primeiro-ministro, e estou em consultas com ele para fazer as remodelações ministeriais necessárias", acrescentou.

Mursi comemorou a aprovação da nova Constituição, que segundo ele reflete "a vontade livre dos egípcios" e "o espírito da revolução de 25 de janeiro", que derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak, em 2011.

A nova Constituição foi aprovada por 63,8% dos eleitores, uma maioria confortável, porém acompanhada por uma fraca mobilização dos 52 milhões de eleitores aptos a votar. Apenas 32,9% participaram do referendo, em 15 e 22 de dezembro.

O texto é baseado no "direito à cidadania (...) sem discriminação" e prevê "a liberdade de pensamento, criação e os valores da moderação", argumentou.


O chefe de Estado admitiu que precisou tomar "decisões difíceis" para aprovar a nova Constituição, que deve levar a "uma nova era, com mais estabilidade e segurança".

"Sim, houve, durante este período temporário, erros de ambos os lados (...) eu carrego a responsabilidade com vocês", acrescentou.

O presidente também defendeu o referendo, que foi realizado sob alta tensão e foi marcado, de acordo com a oposição e várias ONGs, por irregularidades e fraudes.

"O referendo foi realizado com total transparência e supervisão judicial completa", assegurou, acrescentando que o intenso debate político que ocorreu foi "um fenômeno saudável".

No entanto, "alguns não percebem a diferença entre o direito de expressar sua opinião e o de recorrer à violência", disse ele.

Mursi renovou o seu apelo à oposição a participar de um diálogo nacional, dizendo que "o diálogo se tornou uma necessidade".

A Frente de Salvação Nacional (FSN), a principal coalizão de oposição que reúne forças políticas liberais e de esquerda presidida pelo Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, recusa o diálogo, justificando se tratar de uma fachada.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoLegislaçãoMohamed MursiPolíticos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor