Economia

Presidente do Fed reitera aumento de juros nos EUA, com possíveis duas novas elevações

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, reafirma expectativa de novas elevações de juros e ressalta a importância de regulamentação mais rigorosa para bancos médios após quebra do Silicon Valley Bank

Presidente do Fed reitera perspectiva de aumento de juros nos EUA e destaca necessidade de fortalecer supervisão bancária (MANDEL NGAN/AFP via/Getty Images)

Presidente do Fed reitera perspectiva de aumento de juros nos EUA e destaca necessidade de fortalecer supervisão bancária (MANDEL NGAN/AFP via/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de junho de 2023 às 14h39.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, reiterou nesta quinta-feira, 22 que a "grande maioria" do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) espera mais aumento de juros este ano "talvez duas" novas elevações. Segundo Powell, esse é o cenário previsto caso a economia dos Estados Unidos evolua conforme projetado.

Ele repetiu no Comitê Bancário do Senado o discurso feito na quarta-feira, 21, na abertura de audiência no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

Powell afirmou que o FOMC não prevê cortes de juros no horizonte breve da política monetária.

Comentou também que a expectativa é por um alguma redução da taxa básica por volta do final de 2024, mas ponderou que essa perspectiva dependerá da evolução dos indicadores de atividade e inflação.

O presidente do Federal Reserve reforçou que ainda "não houve muitos progressos" no combate à inflação de serviços nos Estados Unidos, apesar da melhora em outras áreas. Reconheceu, porém, que a taxa inflacionária anual caiu à metade no último ano.

Segundo ele, o movimento reflete sobretudo a queda dos preços de energia e alimentos, além de melhoras na cadeia produtivas - setores menos responsivos à atuação do Fed.

O dirigente acrescentou que a autoridade monetária não tem um "consenso" sobre o prazo para que o aperto monetário atinja a economia, mas reiterou que não vê evidências de que a política esteja se tornando menos eficiente.

Powell também se disse "ciente" de questões no mercado imobiliário comercial dos EUA.

'Pouso suave'

O presidente do Federal Reserve afirmou que ainda vê um caminho para o controle da inflação nos Estados Unidos sem um impacto significativo na atividade econômica - fenômeno conhecido como "pouso suave".

Na audiência no Senado dos EUA, Powell disse, no entanto, esperar algum avanço do desemprego no país, que segue em níveis "historicamente baixo".

Segundo ele, o Fed quer subir juros, daqui para frente, em ritmo que o permita avaliar as informações econômicas.

Projeções

O presidente do Federal Reserve disse ainda que as projeções dele são similares às do FOMC. Acrescentou que a ferramenta de que o Fed dispõe para conter a inflação envolve uma redução da demanda agregada.

Segundo ele, o banco central norte-americano desacelerou o ritmo de alta de juros para evitar um aperto monetário excessivo.

Regulação de liquidez dos bancos

Questionado sobre a situação dos bancos, o banqueiro central defendeu a necessidade de mudanças na estrutura de regulação de liquidez, após as turbulências que levaram a quebra de Silicon Valley Bank (SVB), Signature Bank e First Republic Bank.

Powell também defendeu que os bancos devem usar a janela de redesconto - instrumento que permite empréstimos de curto prazo em busca de liquidez - sem que sejam punidos pelo mercado.

Presidente do Fed vê clara necessidade de fortalecer supervisão e regulação de bancos como SVB

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, defendeu nesta quinta-feira, 22 que há "clara necessidade" de fortalecer a supervisão e regulação dos bancos médios, na esteira da quebra do Silicon Valley Bank (SVB).

O banqueiro central responde a perguntas de senadores norte-americanos no Comitê Bancário nesta quinta-feira.

Powell também disse que pode haver aumento de exigências de capitalização para bancos com mais de US$ 100 bilhões em ativos, mas descartou mudanças para instituições abaixo desse limite.

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