Economia

Presidente do BNDES faz planos para 2018 e diz ter apoio de Temer

Perto de completar um ano no cargo, Maria Silvia tem sido questionada sobre quando o BNDES passará a ter uma atuação mais intensa na liberação de recursos

Maria Silvia: a executiva listou uma série de projetos que a instituição planeja desengavetar (Dado Galdieri/Bloomberg)

Maria Silvia: a executiva listou uma série de projetos que a instituição planeja desengavetar (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2017 às 17h58.

São Paulo - A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, citou nesta segunda-feira várias iniciativas que o banco de fomento planeja destravar na segunda metade deste ano e ano longo de 2018, e afirmou que tem o apoio do presidente Michel Temer.

Perto de completar um ano no cargo e computando sucessivas quedas no volume de desembolsos do banco, Maria Silvia tem sido frequentemente questionada sobre quando o BNDES, outrora usado como um dos motores de crescimento econômico, passará a ter uma atuação mais intensa na liberação de recursos.

Num evento com empresários, a executiva listou uma série de projetos que a instituição planeja desengavetar a partir dos próximos meses, incluindo a atuação como fiadora nos empréstimos de bancos comerciais, repasse de recursos por meio de debêntures e o lançamento de novos fundos de dívida.

Simultaneamente, Maria Silvia disse durante evento com empresários em São Paulo que já há sinais de retomada da economia, o que tende a se traduzir em maiores desembolsos do banco ao longo do ano .

"Já começamos a ver internamente alguns sinais de retomada", disse ela durante apresentação.

A declaração acontece após o BNDES ter tido no ano passado uma queda de 35 por cento nos desembolsos, caindo para o menor nível desde 2007. E neste primeiro trimestre as concessões de empréstimos pelo banco caíram outros 17 por cento.

Além de dois anos de recessão profunda no país, a queda na demanda de recursos reflete também o gradual endurecimento das exigências do BNDES para conceder recursos subsidiados da TJLP, o empréstimo mais barato do mercado, hoje em 7 por cento ao ano.

No fim de março, o BNDES anunciou a substituição da TJLP pela TLP, taxa composta pela variação da inflação pelo IPCA e uma taxa real prefixada mensalmente com o equivalente ao rendimento real das Notas do Tesouro Nacional-Série B (NTN-B).

No próprio evento, Maria Silvia foi questionada por participantes se o BNDES passará a ter uma atuação mais forte para ajudar na retomada da economia.

"O que está acontecendo com o BNDES é um retrato do que está acontecendo no país", respondeu ela. "O BNDES não cria projetos, só financia."

A executiva negou que esteja sofrendo pressão do governo federal para maior liberação de recursos.

Na véspera, o website da revista Época publicou sem atribuir a fonte da informação que o presidente Temer havia destacado oministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, para escolher um substituto para Maria Silvia no BNDES, o que o Palácio do Planalto negou nesta segunda-feira.

"Não me falta apoio do presidente Michel Temer", disse ela. "Não sei de onde vem essas informações e não estou preocupada com elas."

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