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Presidente do BNDES diz que devolução de R$130 bi é "improvável"

Governo federal quer reaver 180 bilhões de reais dos recursos repassados ao banco de fomento em governos anteriores

Paulo Rabello de Castro, sobre devolução de recursos: "esse recurso não vai estar lá, a não ser que a gente raspasse o fundo do tacho" (Pilar Olivares/Reuters)
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Reuters

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 14h42.

São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) tem condições de devolver recursos à União escalonamente, uma vez que precisa de tempo para substituir o Tesouro como fonte, disse nesta quarta-feira nesta o presidente da instituição de fomento, Paulo Rabello de Castro.

O governo federal quer reaver 180 bilhões de reais dos recursos repassados ao banco de fomento em governos anteriores, sendo 130 bilhões de reais em 2018.

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"O banco tem condições de escalonamente colocar em seu fluxo de caixa de anos futuros uma devolução dessa natureza", afirmou a jornalistas Rabello de Castro, após palestra na Câmara Árabe-Brasileira de Comércio, em São Paulo.

Contudo, ele classificou como "materialmente muito improvável" o pagamento de 130 bilhões de reais já no próximo ano. "Esse recurso não vai estar lá, a não ser que a gente raspasse o fundo do tacho, mas essa não seria uma administração prudente do caixa... Ninguém fica com caixa zero", disse o presidente do BNDES, acrescentando que o banco também carrega fundos de terceiros.

Um dos objetivos do banco, segundo ele, é reduzir a representatividade do Tesouro como fonte de recursos e ampliar a participação de financiamento externo.

"A injeção de recursos do próprio Tesouro não constitui o DNA do banco e, por isso, queremos aumentar as captações externas", comentou Rabello de Castro.

No fim de setembro, o BNDES anunciou que sua diretoria decidiu pagar 33 bilhões de reais referente a dívidas que o banco havia contraído com a União, em operação envolvendo 18 bilhões de reais em moeda corrente e 15 bilhões de reais em títulos públicos federais.

Questionado sobre a eleição de José Batista Sobrinho para presidência da JBS após a prisão do filho Wesley Batista, o presidente do BNDES disse que acredita tratar-se de uma solução temporária.

"Normalmente um CEO está mais na faixa de 40 a 50 anos que de 70 a 80, então dentro das características de dinamismo empresarial haveria outras posições que caberiam melhor à figura do fundador", afirmou Rabello de Castro.

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