Economia

Presidente do BNDES diz que banco fará "seis anos em seis meses"

A nova postura vai ao encontro da percepção do setor empresarial de que é preciso reanimar a economia com a ajuda do banco de fomento

Paulo Rabello de Castro: o presidente prega a adoção de medidas para acelerar o processo de concessão de crédito (Pilar Olivares/Reuters)

Paulo Rabello de Castro: o presidente prega a adoção de medidas para acelerar o processo de concessão de crédito (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de julho de 2017 às 09h12.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 18h03.

Brasília - Depois das críticas do setor empresarial pela dificuldade na liberação de financiamentos, o BNDES sinaliza uma virada nessa postura. Segundo o novo presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro, o lema agora é "fazer seis anos em seis meses".

Ele tem pregado internamente uma mudança de atitude, com adoção de medidas que, acredita, vão acelerar o processo de concessão de crédito.

As iniciativas têm focado nos desembolsos a micro, pequenas e médias empresas, mas, segundo Rabello, o BNDES não fechou as portas para as grandes companhias.

A nova postura vai ao encontro da percepção do setor empresarial de que é preciso reanimar a economia com a ajuda do banco de fomento.

No mês passado, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paul Skaf, disse que o banco teria de fazer em seis meses o que faria em seis anos para viabilizar a retomada.

Ele criticou a queda de 35% nos desembolsos da instituição e pediu também que a diretoria do banco desse uma "injeção de ânimo" no corpo técnico para que as liberações fossem retomadas.

Antecessora de Rabello de Castro no cargo, Maria Silvia Bastos Marques - que pediu demissão em junho - foi duramente criticada, dentro e fora do governo, por reter os recursos do banco e "sentar" na liquidez - o banco tinha, em junho, R$ 150 bilhões em caixa para financiamentos.

A instituição endureceu os critérios para empréstimos principalmente depois dos problemas enfrentados com empresas envolvidas na Operação Lava Jato.

As críticas dos empresários eram de que, mesmo financiamentos já acertados - como para obras de concessões, por exemplo - não eram liberados.

Rabello de Castro disse que o Brasil está "neurótico" diante de tantas investigações e que é preciso destravar o crédito, mas sem perder de vista o rigor nos critérios de concessão. Ainda mais agora, com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de responsabilizar gestores por créditos concedidos. "É o novo calendário 'benedense', fazer seis anos em seis meses. O corpo técnico já introjetou o lema", disse ao Estadão/Broadcast.

Ele tem viajado a Brasília e São Paulo periodicamente para encontrar parlamentares, governadores e empresários. Reúne todos os pedidos em uma caderneta para posterior avaliação. A estratégia de ir ao encontro dos setores também faz parte da tentativa de desburocratizar o processo.

No início de junho, durante sua posse, Rabello ouviu do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, diretrizes que têm sido tratadas como mandamentos dentro do banco. Entre elas estão manter o foco no cliente e não apagar a luz para o setor privado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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