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Presidente do BCE reitera que espera subir ainda mais as taxas de juros

Para a banqueira central, subir juros é a "melhor forma de lidar com a inflação", que, segundo ela, ficará acima da meta por um longo período

Para 2023, Christine Lagarde, presidente do BCE prevê que será "um ano difícil" (Philipp von Ditfurth/picture alliance/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de setembro de 2022 às 15h13.

Última atualização em 26 de setembro de 2022 às 15h14.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou nesta segunda-feira, 26, que espera aumentar ainda mais as taxas de juros nas próximas reuniões para "amortecer a demanda" e "se proteger contra o risco de uma mudança persistente para cima nas expectativas de inflação".

"Reavaliaremos regularmente nossa trajetória de política à luz das informações recebidas e da evolução das perspectivas de inflação. Nossas futuras decisões sobre taxas de juros continuarão a depender de dados e seguirão uma abordagem reunião a reunião. Melhor contribuição que podemos dar é assegurar a estabilidade de preços", garantiu ela, durante discurso no Parlamento Europeu.

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De acordo com ela, a instituição quer chegar ao nível neutro — patamar em que as taxas nem estimulam, nem comprimem a atividade econômica — para depois decidir se é necessário elevar ainda mais os juros. Além disso, ela destacou que quando terminar a alta de juros, o BC do bloco comum pensará em como usará outras ferramentas, como o aperto quantitativo (QE, na sigla em inglês).

Para a banqueira central, subir juros é a "melhor forma de lidar com a inflação", que, segundo ela, ficará acima da meta por um longo período. "Não há dúvidas de que devemos agir para diminuir a inflação no médio prazo. As pressões sobre os preços estão se espalhando por mais setores, em parte devido ao impacto dos altos custos da energia em toda a economia. Preços mais elevados da energia e dos alimentos vão piorar antes de melhorar", destacou.

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Christine Lagarde comentou ainda que as consequências econômicas para a área do euro continuaram a surgir desde a última reunião em junho e as perspectivas estão "escurecendo".

"Esperamos que a atividade desacelere substancialmente nos próximos trimestres. Há quatro razões principais por trás disso: a alta inflação está diminuindo os gastos e a produção em toda a economia; a forte demanda por serviços que veio com a reabertura da economia está perdendo força; o enfraquecimento da procura global; a incerteza permanece alta, refletida na queda da confiança das famílias e das empresas", pontuou.

Para 2023, ela prevê que será "um ano difícil".

Apoio fiscal às famílias

A presidente do Banco Central Europeu defendeu também que o apoio fiscal para proteger as famílias da zona do euro do impacto dos preços mais altos deve ser temporário e direcionado. "Isso limita o risco de alimentar pressões inflacionárias, facilitando também a tarefa da política monetária para garantir a estabilidade de preços e contribuindo para preservar a sustentabilidade da dívida", explicou.

A banqueira central destacou que a perspectiva da guerra na Ucrânia para a economia europeia está piorando. "A inflação continua muito alta e provavelmente permanecerá acima da nossa meta por um período prolongado", afirmou.

Diante deste cenário, ela comentou que qualquer comprimento e volume de compra do instrumento de anti-fragmentação (o chamado TPI), anunciado em julho, levará a inflação em conta.

"Essa ferramenta foi projetada para combater dinâmicas de mercado injustificadas e desordenadas, com flexibilidade suficiente para responder à gravidade dos riscos enfrentados pela transmissão de políticas. Irá salvaguardar a unicidade da nossa política monetária à medida que o BCE prossegue a sua trajetória de normalização", explicou. "O TPI está sujeito a uma lista de critérios de elegibilidade que o BCE usará para buscar políticas fiscais e macroeconômicas sólidas e sustentáveis", completou.

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