Economia

Campos Neto diz ser favorável a tributacão de super-ricos em audiência na Câmara

Roberto Campos Neto também voltou a afirmar que possui offhshores há 20 anos, mas não participa da gestão dos recursos

Campos Neto também informou que o processo de desinflação no Brasil está em curso  (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Campos Neto também informou que o processo de desinflação no Brasil está em curso (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 27 de setembro de 2023 às 11h35.

Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 11h44.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 27, em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, que é favorável a tributação de super-ricos, como defende o governo Luiz Inácio Lula da Silva. 

“Sobre arrecadação de super-ricos, eu sou a favor. Sou a favor a arrecadação de fundos exclusivos e sou a favor da arrecadção de offshores”, disse. 

Campos Neto também relembrou que o governo Jair Bolsonaro propôs a tributação de offshores e ele foi favorável a uma taxação de 10%, maior do que a proposta incialmente, de 6%. 

Campos Neto diz ter offshores e não participa da gestão

Questionado se possui offshores, Campos Neto voltou a a confirmar que tem esses fundos há mais de 20 anos, mas não participa da gestão. 

“As minhas offshores estavam declaradas no site do Senado no primeiro dia que eu vim para o governo. Eu tenho offshores há 15, 20 anos. Tenho três irmãos que são americanos e que moram lá. O que a regra diz é que você nunca mexe na offshore ou você faz um trust. Quando você faz um trust você terceiriza a gestão. Eu já mostrei todos os certificados comprovando que eu nunca movimentei e que tudo está certo. Isso já foi resolvido no STF e em todas as instâncias”, disse. 

Desinflação em curso

Campos Neto também voltou a afirmar que o processo de desinflação está em curso no Brasil, mas ainda requer uma política monetária contracionista. Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros pela segunda vez consecutiva, de 13,25% para 12,75% ao ano. O colegiado voltou a sinalizar cortes de de 0,5 ponto percentual na Selic nas próximas reuniões.

Ele ainda explicou que o BC avalia os dados sobre a inflação corrente, as expectativas de inflação e o hiato do produto para tomar suas decisões sobre a taxa de juros.

Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, ele mais uma vez destacou as vantagens da autonomia operacional da instituição. "Lembrando que quem determina a meta de inflação é o governo, o que o BC faz é operacionalizar essa meta", completou.

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