Venda de veículos: Luiz Moan disse que o setor é responsável por 21% do PIB industrial ou 5% do PIB nacional (Marcello Casal Jr./Abr)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 16h44.
Brasília - O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, negou nesta terça-feira, 25, que o país tenha carros caros e que o setor tenha "alta lucratividade" no Brasil.
Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para debater os altos preços dos veículos no país, Luiz Moan disse que o lucro local médio das montadores entre os anos de 2003 e 2011 foi de 2,7% no período, enquanto no mundo, de 3%.
"Lucro não é vergonha, eu gostaria de lucrar muito mais, porém, no mercado competitivo no Brasil nós temos 62 marcas oferecendo 2500 versões de veículos", afirmou o presidente da Anfavea.
Ao destacar a importância de toda a cadeia de produção e comercialização de veículos para a economia, Luiz Moan disse que o setor é responsável por 21% do PIB industrial ou 5% do PIB nacional. "Essa presença não ocorre somente na parte produtiva, como no pós-venda", lembrou o dirigente.
O presidente da Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneguetti, afirmou que, diante da baixa margem de lucro do setor, as concessionárias só estão "vivas" se diversificarem sua área de atuação, com atuação no pós-venda e na venda de usados. "Qualquer concessionária que não tratar bem o seu cliente não está sendo inteligente", observou.
Para exemplificar a falta de rentabilidade do setor, Meneguetti disse que, em um automóvel com preço de tabela de R$ 43 mil, a receita líquida do fabricante é de R$ 25 mil, outros R$ 12 mil de impostos e, ao final de outras despesas, o lucro das concessionárias fica entre R$ 200 e R$ 300.
Na sua exposição, o dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Vicente da Silva Cayres, disse que a participação dos impostos no setor é grande no País. Ele citou que nos Estados Unidos um carro tem 6% em média de imposto, no Japão 9% e na França 17%, no Brasil alcança a 30%. Ele lembrou que "historicamente" no Brasil os automóveis sempre foram considerados como artigos supérfluos.