Economia

Prêmios para soja estimulam exportação recorde, diz Abiove

Segundo a associação, país deverá exportar um volume recorde de 45 milhões de toneladas do grão neste ano

Grãos de soja em uma fazenda do Paraná: (Divulgação via Fotos Públicas)

Grãos de soja em uma fazenda do Paraná: (Divulgação via Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 16h32.

São Paulo - Os prêmios oferecidos pela soja nos portos brasileiros deverão impulsionar a exportação de um volume recorde de 45 milhões de toneladas do grão neste ano, disse nesta segunda-feira a associação que reúne as principais empresas do setor.

O volume projetado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) em seu relatório de agosto aponta uma alta ante os 44 milhões da estimativa de julho e os 42,8 milhões em 2013.

"Os números (de exportação) foram muito fortes até julho e todo mundo está vendo sair uma quantidade grande de grão ainda", disse o secretário-geral da entidade, Fábio Trigueirinho.

Ele lembrou que em agosto e setembro o Brasil ainda será o principal fornecedor mundial de soja, antes de os Estados Unidos começarem a colheita de uma safra que deverá ser a maior da história.

"A partir de outubro e novembro os Estados Unidos vão começar a ofertar volume bem maior", disse.

A grande oferta norte-americana se reflete no mercado futuro da bolsa de Chicago, onde o primeiro contrato está perto da mínima de quase três anos.

Estas cotações, no entanto, não afetam tanto o interesse de venda dos exportadores de soja do Brasil porque os prêmios oferecidos nos portos estão elevados, disse Trigueirinho.

"O que está sendo embarcado está num patamar de preço mais baixo, mas os prêmios estão mais altos", disse.

Compradores têm oferecido prêmio de 2,50 dólares por bushel de soja para entrega em setembro em Paranaguá, ante prêmio de 1,05 dólar um ano atrás.

O prêmio de 2,50 dólares representa um acréscimo de mais de 20 por cento em relação aos cerca de 11,10 dólares da cotação atual da soja em Chicago.

Os preços baixos da oleaginosa, no entanto, deverão afetar as margens da safra brasileira que será colhida e comercializada em 2015, disse o executivo da Abiove.

"Essa mudança de mercado ainda não pegou muito este ano. Ainda deixamos um patamar bastante elevado para a soja, mas ano que vem o patamar será outro."

A Abiove estima que o preço médio da tonelada de soja exportada fique em 500 dólares em 2014, ainda perto do patamar de 530 dólares nos dois anos anteriores, mas com um viés de queda para 2015.

No cenário de maiores exportações, a entidade reduziu para 36,8 milhões de toneladas o volume de soja em grão processada no país, ante 37 milhões no relatório de julho e 36,24 milhões de toneladas em 2013.

A Abiove projetou ainda uma importação de 500 mil toneladas de soja este ano, aumento de 400 por cento ante o estimado em julho e quase o dobro do importado pelo Brasil em 2013. Se confirmada, será a maior importação desde 2003.

"É soja do Paraguai que veio para o mercado brasileiro, provavelmente por uma questão de facilidade logística, perto da fronteira", explicou Trigueirinho.

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