Notas de Iene: terceira maior economia do mundo cresce menos do que o esperado e enfrenta obstáculos de um iminente aumento no imposto sobre vendas (Yoshikazu Tsuno/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 08h25.
Tóquio - O governo do Japão afirmou que os preços ao consumidor estão "subindo moderadamente", usando essa descrição pela primeira vez desde outubro de 2008, um sinal de que a economia está progredindo na direção de deixar para trás 15 anos de deflação.
O governo, em seu relatório econômico mensal nesta quarta-feira, evitou declarar vitória em sua batalha contra a deflação. Mas autoridades disseram que sinais de que altas de preços estão se espalhando justificam a descrição mais otimista.
A avaliação, após visão similar na terça-feira pelo banco central, acontece mesmo no momento em que a terceira maior economia do mundo cresce menos do que o esperado e enfrenta obstáculos de um iminente aumento no imposto sobre vendas.
Entretanto, o Escritório do Gabinete do Japão disse no relatório mensal que a economia está "se recuperando moderadamente", sustentada pelo consumo privado e retomada nos gastos de capital.
"O crescimento no quarto trimestre ficou abaixo da expectativa do mercado mas ainda excedeu a taxa de crescimento potencial do Japão, então é apropriado descrever a recuperação como moderada", disse uma autoridade a cargo de compilar o relatório.
A última vez que o relatório falou em preços ao consumidor subindo moderadamente foi em 2008, quando o Japão enfrentou uma inflação provocada pelas commodities.
Nesta quarta-feira, o governo afirmou ainda que a economia deve permanecer em tendência de recuperação, ao mesmo tempo em que citou riscos das economias externas e de qualquer declínio da demanda após o aumento do imposto nacional sobre vendas.
O governo melhorou sua visão sobre as exportações --refletindo o aumento nos embarques de carros para a Rússia e o Oriente Médio-- dizendo que elas estão "estáveis". No mês passado, ele descreveu os embarques como "enfraquecendo".
O texto reitera relatórios anteriores ao reafirmar que o governo espera que o BC alcance sua meta de inflação de 2 por cento no mais rápido possível.