Combustíveis: diretor-geral da ANP disse que espera uma maior conexão entre o mercado financeiro e a indústria do petróleo (FeelPic/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de abril de 2018 às 17h34.
São Paulo - Questionado sobre a posição da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a respeito da atual discussão levantada por membros do governo a respeito dos preços dos combustíveis, o diretor-geral do órgão regulador, Décio Oddone, se limitou nesta terça-feira, 3, a responder que os preços no País são livres. Ele falou no fórum anual de investimentos do Bradesco BBI.
Membros do governo, entre eles o ministro da Fazenda Henrique Meirelles mencionaram neste ano que os cortes nos preços promovidos pela Petrobras não chegavam no consumidor final.
Com relação à eleição presidencial deste ano, Oddone relatou que não acredita em ruptura em relação aos processos em petróleo e gás, diante de uma possível mudança de governo.
O diretor-geral da ANP disse que espera uma maior conexão entre o mercado financeiro e a indústria do petróleo, com a criação de empresas que dependam de financiamento. Atualmente, apenas grandes companhias conseguem acessar o setor, explicou.
"Faltava quase tudo para essa aproximação com o mercado financeiro. Fazíamos um leilão por ano e havia pouco tempo para os investidores analisarem os termos", avaliou Oddone. "Precisamos que a Petrobras venda os ativos maduros dela e precisamos que mercado financeiro dê suporte às empresas."
"Atrair novas empresas com capacidade de operar campos maduros é um grande desafio para nós", disse Oddone.
O diretor-geral da ANP comentou ainda a expectativa de criação de um mercado secundário diário. "A indústria do petróleo ficou cada vez mais financeira", disse, referindo-se a mudanças que aconteceram nos Estados Unidos, com o advento do gás de xisto (shale gas, em inglês) e em outros países. "Mas ainda não vivemos esta simbiose com o mercado financeiro no Brasil", afirmou, durante fórum anual de investimentos do Bradesco BBI.