Economia

Preço do ovo de Páscoa sobe 19,78% em dois anos, diz FGV

Entre as sete capitais pesquisadas, o maior aumento médio do ovo de Páscoa, segundo a FGV, foi em Porto Alegre (8,35%); seguido por São Paulo, que teve alta de 8,15%


	“Se tal gasto é inevitável nesta época do ano, é preciso controlar o impulso consumista e abusar da pesquisa de preços para economizar e presentear parentes e amigos”, diz André Braz
 (foto/Getty Images)

“Se tal gasto é inevitável nesta época do ano, é preciso controlar o impulso consumista e abusar da pesquisa de preços para economizar e presentear parentes e amigos”, diz André Braz (foto/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de março de 2013 às 21h03.

Rio de Janeiro - De março de 2011 a fevereiro de 2013, o preço dos ovos de Páscoa subiu, em média, 19,78%, índice que representa 7,78 pontos percentuais acima da inflação do mesmo período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A informação foi dada à Agência Brasil pelo economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, André Braz. Segundo ele, em relação à Pascoa passada, a alta foi 6,42%, um alta de 0,38 ponto percentual acima da inflação dos últimos doze meses, que foi 6,04%.

Para André Braz, a alta do ovo de Páscoa não foi maior em relação ao ano passado porque os preços de alguns insumos básicos utilizados na fabricação do produto tiveram quedas significativas, como o preço do cacau, que caiu 12% nos últimos doze meses, e do açúcar, que teve queda de 11% no mesmo período.

Entre as sete capitais pesquisadas, o maior aumento médio do ovo de Páscoa, segundo a FGV, foi em Porto Alegre (8,35%); seguido por São Paulo, que teve alta de 8,15%. Belo Horizonte teve o menor índice de reajuste, 4,03%. No Rio de Janeiro, o preço médio do produto aumentou 6,06%, quando comparado com a variação registrada em 2012.

Braz diz que, apesar dos aumentos às vésperas da Páscoa, é praticamente impossível evitar comprar ovos de chocolate. “O produto é utilizado muito mais para satisfazer o apelo emocional, principalmente das crianças, que são educadas a partir da representação do simbolismo da Páscoa. Ela é educada, principalmente no caso de ser católica, para esperar pelo ovo”.


Decorre desse apelo emocional, do simbolismo e do fato de a estrutura de negócios - aí incluído embalagem e formato – a enorme diferença entre o preço do chocolate convencional, principalmente em barra, e o do ovo de Páscoa.

“É por isto que eu não tenho dúvidas em afirmar: não é um bom negócio para o consumidor comprar ovo de Páscoa. Se for para presentear um amigo, uma namorada, o melhor mesmo é dar uma caixa de bombons ou ainda uma barra de chocolate convencional – porque paga-se muito mais pela grama do chocolate adquirindo um ovo do que uma caixa de bombons”, diz.

“Se tal gasto é inevitável nesta época do ano, é preciso controlar o impulso consumista e abusar da pesquisa de preços para economizar e presentear parentes e amigos”.

Para Braz, a maioria dos consumidores aguarda até a véspera da Páscoa no intuito de aproveitar as promoções de última hora. Segundo ele, o consumidor deve fazer suas compras com atenção, pois é maior a probabilidade de sobrar apenas os produtos mais caros ou levemente danificados. “Vale pesquisar e comprar um pouco antes da Páscoa para ganhar na qualidade e no preço”, diz.

Acompanhe tudo sobre:ConsumidoresInflaçãoPáscoa

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame