Economia

Praet, do BCE, diz que pode reduzir juros de novo

Incertezas sobre a perspectiva econômica global podem levar a tensões renovadas no mercado


	Peter Praet: "Nossas taxas de juros básicas podem se reduzidas ainda mais, como foi esclarecido por nossa mensagem de orientação futura"
 (Eric Vidal/Reuters)

Peter Praet: "Nossas taxas de juros básicas podem se reduzidas ainda mais, como foi esclarecido por nossa mensagem de orientação futura" (Eric Vidal/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 10h28.

Milão - O Banco Central Europeu (BCE) pode reduzir mais as taxas de juros, disse a autoridade sênior do banco Peter Praet, acrescentando que as incertezas sobre a perspectiva econômica global podem levar a tensões renovadas no mercado.

O BCE disse neste mês que irá manter as taxas de juros em mínimas recorde por um período prolongado, buscando reconfortar os mercados nervosos com sinais de redução do programa de estímulo do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.

A estratégia ajudou a persuadir os mercados de que o BCE não está prestes a seguir o Fed e começar a deixar sua postura de política ultrafrouxa, embora a qualificação subsequente das autoridades do BCE sobre a orientação futura traz o risco de desfazer esse efeito de dissociação.

Praet, que começa as reuniões do Conselho Diretor do BCE com uma apresentação que forma a base para as discussões, destacou a capacidade do BCE de afrouxar mais a política em entrevista a um jornal italiano publicada nesta terça-feira.

"Nossas taxas de juros básicas podem se reduzidas ainda mais, como foi esclarecido por nossa mensagem de orientação futura", disse Praet ao jornal Corriere della Sera.

"Além disso, como uma medida não padrão, nós continuamos oferecendo aos bancos liquidez ilimitada", continuou.

Em sua última reunião em 4 de julho, as autoridades do BCE discutiram cortar as taxas de juros, embora tenham decidido não fazê-lo. A principal taxa de juros do BCE permanece em mínima recorde de 0,5 por cento e a taxa de depósito que paga aos bancos para manter o dinheiro deles está em zero.

Praet listou uma série de riscos à perspectiva econômica global, os quais ele disse que o BCE está observando de perto.

Ele disse que há dúvidas sobre o crescimento em alguns países emergentes, como a China e o Brasil. Uma melhora nos Estados Unidos está levando para uma reprecificação no mercado de títulos, o que pode levar para "um aperto das condições financeiras".

Na zona do euro, Praet disse que os riscos estão principalmente ligados às dificuldades de implementação de reformas estruturais em certos países, embora tenha havido alguns sinais positivos, como a melhora da confiança em alguns países.

O Conselho do BCE terá sua próxima reunião de política em 1º de agosto.

Acompanhe tudo sobre:BCEEuropaZona do Euro

Mais de Economia

Tesouro adia para 15 de janeiro resultado das contas de novembro

Câmara apresenta justificativa sobre emendas e reitera que Câmara seguiu pareceres do governo

Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

Salário mínimo 2025: por que o valor será menor com a mudança de regra