Poupança: o resultado, divulgado nesta quinta-feira, foi fruto de um saldo negativo de 9,522 bilhões de reais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 16h00.
Brasília - A caderneta de poupança teve saída líquida de 12,032 bilhões de reais em janeiro, pior dado mensal da série histórica do Banco Central, com a continuidade de um cenário de restrição orçamentária para os brasileiros, em meio à recessão, elevação do desemprego, inflação e condições mais caras de financiamento.
O resultado, divulgado nesta quinta-feira, foi fruto de um saldo negativo de 9,522 bilhões de reais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e de uma saída líquida de 2,510 bilhões de reais na poupança rural.
Com isso, representou o desempenho mais fraco para todos os meses da séria do BC, iniciada em 1995, à frente da perda líquida de 11,438 bilhões de reais sofrida pela poupança em março do ano passado.
O saque de recursos tem consequências para o financiamento imobiliário, uma vez que as regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) determinam que parte dos depósitos da poupança sejam direcionados ao crédito habitacional.
No acumulado de 2015, a poupança viu os resgates excederem os aportes em uma cifra recorde de 53,568 bilhões de reais, refletindo a pressão para a retirada de recursos em meio à derrocada da economia, que deve persistir em 2016.
Em outra frente, a tradicional caderneta também perde atratividade como alternativa de investimento diante dos juros em níveis elevados, oferecendo rentabilidade inferior à de aplicações que têm retorno baseado na Selic.
A taxa básica de juros segue em 14,25 por cento ao ano desde julho do ano passado, após o BC ter ajustado-a em 3,25 pontos percentuais numa tentativa de combater a alta inflação no país.
A poupança, por outro lado, entrega uma remuneração de 6 por cento ao ano mais um pequeno acréscimo da Taxa Referencial (TR).