Economia

Potências não fizeram o que exigem de Atenas, diz Piketty

Economista francês considerou ser "irônico" que Alemanha e França não tenham aplicado soluções drásticas quando estavam fortemente endividados no século XX


	Thomas Piketty: existem várias maneiras de reduzir a dívida pública, opinou o economista
 (Universitat Pompeu Fabra/Creative Commons)

Thomas Piketty: existem várias maneiras de reduzir a dívida pública, opinou o economista (Universitat Pompeu Fabra/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2015 às 12h05.

O economista francês Thomas Piketty considerou nesta terça-feira ser "irônico" que Alemanha e França não tenham aplicado as soluções drásticas que exigem da Grécia, quando os dois países estavam fortemente endividados no século XX.

Existem várias maneiras de reduzir a dívida pública, opinou o economista: "Ter uma inflação quase zero e acumular superávits primários - arrecadar mais impostos do que os gastos públicos durante décadas - é uma solução que pode funcionar ( ...), mas leva um longo tempo".

"O que é muito irônico nessa história é que a Alemanha e a França não aplicaram, felizmente, esta solução absurda após a Segunda Guerra Mundial, quando tinham mais de 200% do PIB em dívida pública, mais do que a Grécia atualmente", disse o autor do best-seller "O Capital no Século XXI".

"Recorremos à inflação, a medidas excepcionais, recorremos também à reestruturação da dívida", continuou Piketty.

"Toda a dívida da Alemanha foi anulada em 1953", acrescentou.

"É incrível que hoje digam à Espanha e à Grécia que a única solução é devolver até o último euro, quando se sabe que isso não vai funcionar", insistiu o economista, que frequentemente critica o presidente socialista francês François Hollande.

O governo de Atenas destacou na segunda-feira a vontade de reembolsar todos os credores, incluindo o Fundo Monetário Internacional, sem confirmar se poderá atingir o objetivo.

A Grécia busca um acordo com seus credores para receber a totalidade ou parte do empréstimo de 7,2 bilhões de euros que é parte do segundo plano de assistência financeira recebido pelo país desde 2012.

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