Economia

Portugal tem inflação de 9%, primeira desaceleração em quase um ano

Em agosto, a taxa para os 19 países que compartilham a moeda única foi de 9,1%

Portugal: o índice ficou 0,1 pontos percentuais abaixo dos 9,1% de julho (Leandro Fonseca/Exame)

Portugal: o índice ficou 0,1 pontos percentuais abaixo dos 9,1% de julho (Leandro Fonseca/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 31 de agosto de 2022 às 11h01.

Última atualização em 31 de agosto de 2022 às 11h23.

A taxa de inflação em Portugal desacelerou ligeiramente em agosto, recuando para 9%, em termos anuais. O índice ficou 0,1 pontos percentuais abaixo dos 9,1% de julho, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Foi a primeira desaceleração em quase um ano e deveu-se, sobretudo, à moderação da subida dos preços da energia nas últimas semanas, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Já a inflação na zona euro voltou a bater recorde, atingindo 9,1%, em agosto, anunciou esta quarta-feira o Gabinete Europeu de Estatística (Eurostat), num contexto de subida dos preços da energia e dos alimentos devido à guerra na Ucrânia.

Em julho, a inflação para os 19 países que compartilham a moeda única foi de 8,9%. Estes valores são os mais elevados registados pelo Eurostat desde o início da publicação do indicador em janeiro de 1997.

A tendência de alta da inflação começou a se manifestar com mais clareza em novembro do ano passado. Desde então não parou de crescer e já exerce forte pressão sobre a autoridade monetária da zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE).

O BCE tem reunião marcada para o dia 8 de setembro, na qual espera-se que adote um aumento da taxa de juros central, depois de ter dado um passo tímido nessa direção em julho (passou de 0,0 para 0,5%).

Na Zona do Euro, energia tem alta de 38,3%

Dos componentes da inflação, a energia registrou um aumento de 38,3%. Embora tenha sido o principal fator no resultado de agosto, representa um pequeno retrocesso em relação ao mês de julho, quando apresentou 39,5%.

Já o setor de alimentos (que é medido junto com o de tabaco e álcool) experimentou em agosto um aumento de 10,6%, sobre 9,8% do mês anterior.

Das principais economias da zona do euro, a França registrou a menor inflação em ritmo anual, com 6,5%, seguida pela Alemanha (8,85%) e Itália (9,0%). Enquanto isso, a Espanha registrou 10,3% e a Bélgica 10,5%. Por sua vez, Estônia (25,2%), Lituânia (21,1%) e Letônia (20,8%) apresentaram os piores índices.

Toda a União Europeia (UE) enfrenta uma grave crise do setor energético devido ao explosivo aumento do preço da eletricidade ao consumidor. Este cenário se explica pela drástica redução das entregas de gás da Rússia aos países europeus, em resposta às sanções adotadas pela UE devido às operações militares russas na Ucrânia.

Este conflito também tem consequências em termos de segurança alimentar, uma vez que, em consequência da guerra, a capacidade ucraniana de exportar os seus grãos e cereais foi drasticamente limitada.

Veja também:

CPI anual da zona do euro atinge novo recorde de 9,1% em agosto

PMI industrial da China sobe de 49,0 em julho para 49,4 em agosto; diz NBS

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