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Por que o Brasil tem "risco político médio" mesmo na crise

Para Keith Martin, consultor da Aon, Olimpíadas podem ser um divisor de águas no clima - para o bem ou para o mal

Homem se equilibra e corre riscos (Thinkstock/wildpixel)

João Pedro Caleiro

Publicado em 11 de maio de 2016 às 06h00.

São Paulo - Apesar do agravamento da crise política e econômica, o Brasil continuou com "risco político médio" no 1º trimestre de 2016.

É este o diagnóstico de um relatório lançado recentemente pela consultoria e corretora de seguros Aon junto com a Roubini Global Economics.

“A atual situação tem aumentado os riscos em curto prazo, em particular os riscos não-políticos, porém, o país possui instituições robustas e grandes reservas de divisas, o que pode a médio prazo levar a uma certa recuperação”, diz Keith Martin, consultor de riscos políticos e investimentos no exterior da Aon Brasil, em nota.

Entre as 162 economias avaliadas, apenas 4 tiveram seu risco político elevado neste ano: Filipinas, Cabo Verde, Micronésia e Suriname.

Sem falar explicitamente em novo governo, Marin avalia que o cenário brasileiro caminha para uma retomada econômica. Em um mês, a projeção de crescimento em 2017 subiu de 0,3% para 0,5% no Boletim Focus.

Ele destaca que as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em julho, podem ser um divisor de águas no clima - para o bem ou para o mal:

“De um lado existe a oportunidade do país em se vender para atrair importantes negócios, na expectativa de uma melhora no ambiente de investimentos a médio e longo prazo. De outro, há chances de um aumento no risco político com possibilidade de protestos, manifestações e até mesmo violência política”.

No ranking da Aon, os países foram avaliadas em 9 dimensões: transferência cambial, calote da dívida soberana, vulnerabilidade do setor bancário, interferência política, disrupção da rede de abastecimento, risco regulatório e legal, violência política, risco para fazer negócios e incapacidade do governo de promover estímulos.

Mesmo com a perda do grau de investimento pelas três grandes agências de classificação de risco, o Brasil manteve a nota parada em "risco médio" em todas as dimensões avaliadas nos últimos 10 trimestres, com exceção de duas.

O risco de violência política foi para médio-alto entre o 4º trimestre de 2014 e o 3º trimestre de 2015, voltando para médio desde o final do ano passado.

Na mesma época, o risco regulatório e legal subiu de médio para médio-alto, onde continua agora.

Martin nota que em um cenário de baixo crescimento da economia e do comércio globais, a competição por capital aumenta.

A situação brasileira nesse sentido precisa ser vista dentro de um contexto latino-americano, já que mudanças políticas em vizinhos também trazem seus riscos e oportunidades. Ele dá o exemplo da Argentina com Mauricio Macri:

“De um lado, ficará mais fácil exportar à Argentina. Do outro, o Brasil terá mais dificuldade na concorrência global de investimento estrangeiro direto (IED), já que comparando o Brasil e a Argentina o investidor pode ver mais potencial no país vizinho”.

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São Paulo - Apesar do agravamento da crise política e econômica, o Brasil continuou com "risco político médio" no 1º trimestre de 2016.

É este o diagnóstico de um relatório lançado recentemente pela consultoria e corretora de seguros Aon junto com a Roubini Global Economics.

“A atual situação tem aumentado os riscos em curto prazo, em particular os riscos não-políticos, porém, o país possui instituições robustas e grandes reservas de divisas, o que pode a médio prazo levar a uma certa recuperação”, diz Keith Martin, consultor de riscos políticos e investimentos no exterior da Aon Brasil, em nota.

Entre as 162 economias avaliadas, apenas 4 tiveram seu risco político elevado neste ano: Filipinas, Cabo Verde, Micronésia e Suriname.

Sem falar explicitamente em novo governo, Marin avalia que o cenário brasileiro caminha para uma retomada econômica. Em um mês, a projeção de crescimento em 2017 subiu de 0,3% para 0,5% no Boletim Focus.

Ele destaca que as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em julho, podem ser um divisor de águas no clima - para o bem ou para o mal:

“De um lado existe a oportunidade do país em se vender para atrair importantes negócios, na expectativa de uma melhora no ambiente de investimentos a médio e longo prazo. De outro, há chances de um aumento no risco político com possibilidade de protestos, manifestações e até mesmo violência política”.

No ranking da Aon, os países foram avaliadas em 9 dimensões: transferência cambial, calote da dívida soberana, vulnerabilidade do setor bancário, interferência política, disrupção da rede de abastecimento, risco regulatório e legal, violência política, risco para fazer negócios e incapacidade do governo de promover estímulos.

Mesmo com a perda do grau de investimento pelas três grandes agências de classificação de risco, o Brasil manteve a nota parada em "risco médio" em todas as dimensões avaliadas nos últimos 10 trimestres, com exceção de duas.

O risco de violência política foi para médio-alto entre o 4º trimestre de 2014 e o 3º trimestre de 2015, voltando para médio desde o final do ano passado.

Na mesma época, o risco regulatório e legal subiu de médio para médio-alto, onde continua agora.

Martin nota que em um cenário de baixo crescimento da economia e do comércio globais, a competição por capital aumenta.

A situação brasileira nesse sentido precisa ser vista dentro de um contexto latino-americano, já que mudanças políticas em vizinhos também trazem seus riscos e oportunidades. Ele dá o exemplo da Argentina com Mauricio Macri:

“De um lado, ficará mais fácil exportar à Argentina. Do outro, o Brasil terá mais dificuldade na concorrência global de investimento estrangeiro direto (IED), já que comparando o Brasil e a Argentina o investidor pode ver mais potencial no país vizinho”.

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