Exame Logo

Política monetária tem sido efetiva, diz Ilan sobre IPCA

Falando sobre os riscos para a inflação, Ilan fez menção à pausa na desinflação de serviços, mas ponderou que isso pode ser revertido

Ilan: mais cedo, foi divulgado que a alta do IPCA recuou a 0,18% em novembro, menor nível para o mês em 18 anos
R

Reuters

Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 15h50.

Brasília - O presidente do Banco Central , Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira a avaliação de um quadro mais favorável para a inflação na esteira da recessão econômica e de uma política monetária que considerou eficaz, pavimentando o caminho para um corte mais intenso nos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom ), em janeiro.

"A política monetária tem sido efetiva", afirmou Ilan em evento em São Paulo nesta sexta-feira, acrescentando que a inflação corrente tem surpreendido favoravelmente, "com movimento mais dissipado do que apenas a reversão de preços de alimentos".

Veja também

Falando sobre os riscos para a inflação, Ilan fez menção à pausa na desinflação de serviços, mas ponderou que isso pode ser revertido diante da contração da economia.

"É verdade que há sinais de uma pausa, na margem, na desinflação de alguns componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Todavia, surpresas positivas na inflação e a fraqueza na atividade tornam mais provável à retomada do processo de desinflação desses componentes", disse.

Mais cedo, foi divulgado que a alta do IPCA recuou a 0,18 por cento em novembro, menor nível para o mês em 18 anos, com o índice indo abaixo de 7 por cento em 12 meses pela primeira vez em quase dois anos, o que reforça maiores cortes da Selic no curto prazo.

O presidente do BC mais uma vez destacou a perspectiva de uma recuperação mais lenta da economia, o que já tinha apontado na quarta-feira como um movimento ao qual o BC estava sensível.

"A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica pode ser mais demorada e gradual do que a antecipada previamente", afirmou ele, acrescentando que "os exageros do passado estão levando mais tempo para se dissiparem".

Também ecoando o discurso de quarta, o presidente do BC lembrou que a inflação fechou 2015 em 10,7 por cento e que as expectativas apuradas pela pesquisa Focus são de que vá encerrar este ano ao redor de 6,6 por cento -- patamar próximo ao teto da meta para o IPCA este ano, de 6,5 por cento.

Ilan vinha defendendo que a ancoragem das expectativas é o que abre caminho para a flexibilização nos juros.

Depois da divulgação do IPCA de novembro, inclusive, economistas já aventam a possibilidade de o BC conseguir fechar 2016 sem extrapolar a meta de inflação.

O centro da meta deste ano e dos dois próximos é de 4,5 por cento pelo IPCA, mas com margens de tolerância diferentes. Para 2016, essa banda é de 2 pontos percentuais, caindo a 1,5 ponto para 2017 e 2018.

Em seu discurso nesta sexta, Ilan também defendeu a aprovação da reforma da Previdência e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impõe um teto para o crescimento dos gastos públicos como "imprescindíveis para pôr em ordem as contas públicas".

Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,25 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, a 13,75 por cento ao ano.

Com as mensagens recentes da autoridade monetária, o mercado passou a consolidar apostas de redução mais forte da Selic, de 0,5 ponto percentual, no mês que vem.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralIPCAPolítica monetária

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame