Embora a economia alemã tenha apresentado forte desempenho durante os dois primeiros anos da crise, o crescimento desacelerou para 0,3% no segundo trimestre (Carsten Koall/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2012 às 06h52.
Berlim - O setor privado da Alemanha encolheu pelo sexto mês seguido em outubro, uma vez que a crise da zona do euro afeta o vigor da maior economia da Europa, sugerindo que seu Produto Interno Bruto (PIB) irá contrair no quarto trimestre.
O Índice de Gerentes de Compras Composto (PMI, na sigla em inglês) do Markit, que acompanha a atividade tanto da indústria quanto de serviços, caiu para 47,7 em outubro ante 49,2 no mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, permanecendo bem abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Essa foi a leitura mais baixa desde agosto e ficou bem aquém da preliminar de 48,1, ampliando o pessimismo na Alemanha, onde o sentimento empresarial piorou, o desemprego subiu e o governo cortou no mês passado sua estimativa de crescimento em 2013 para 1 por cento ante 1,6 por cento anteriormente.
"Nesse nível atual, o dado do PMI composto levanta a probabilidade de uma contração do PIB durante o trimestre final do ano", disse o economista sênior do Markit Tim Moore.
Os motivos de preocupação incluem uma queda em novos trabalhos para o setor privado alemão pelo oitavo mês seguido e cortes de empregos pelo segundo mês.
Embora a economia alemã tenha apresentado um forte desempenho durante os dois primeiros anos da crise da zona do euro, o crescimento desacelerou para 0,3 por cento no segundo trimestre deste ano ante 0,5 por cento no primeiro, e dados mais recentes têm sido decepcionantes.
As encomendas industriais e a produção recuaram e em outubro o setor industrial mostrou contração pelo oitavo mês seguido devido a uma queda na demanda da Europa e a níveis mais baixos de investimento na Ásia.
O setor de serviços também está sofrendo. O PMI de serviços do Markit recuou para 48,4 em outubro depois de quase se estabilizar em 49,7 no mês anterior. A leitura permaneceu em território negativo e ficou bem abaixo da média de longo prazo da pesquisa de 52,9.
Os fornecedores de serviços enfrentaram uma forte queda dos novos trabalhos pelo sétimo mês seguido. O sentimento entre eles permaneceu fraco devido à crise da zona do euro e a preocupações sobre a economia global, com o sub-índice que avalia as expectativas empresariais atingindo 46,2 em outubro, ante a mínima de três anos e meio de 43,5 em setembro.