Economia

PMI Composto do Brasil cai em março a 45,1, menor nível em 9 meses

O nível apurado no terceiro mês do ano é o menor em nove meses, destacando uma taxa de contração acelerada e acentuada

 (thiagonori/Getty Images)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de abril de 2021 às 11h24.

Última atualização em 6 de abril de 2021 às 11h48.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto do Brasil caiu de 49,6 em fevereiro para 45,1 em março, divulgou nesta terça-feira a IHS Markit. O nível apurado no terceiro mês do ano é o menor em nove meses, destacando uma taxa de contração acelerada e acentuada.

O PMI do setor de Serviços, que integra o Composto, cedeu a 44,1 em março, marcando a terceira contração consecutiva e sendo a redução mais expressiva desde julho do ano passado. Além disso, o recuo foi generalizado nas cinco grandes áreas da economia do setor. Em fevereiro, havia cedido a 47,1.

Segundo os participantes da pesquisa da IHS Markit, a queda se deve à continuidade do enfraquecimento da demanda, ao aumento da crise de covid-19 e a restrições mais rígidas visando combater a doença.

Em meio a esse cenário, as empresas reduziram a atividade de negócios ao ritmo mais rápido desde meados de 2020, e continuaram diminuindo postos de trabalho. "Enquanto isso, as pressões inflacionárias sobre os custos se intensificaram, sendo o aumento mais recente o mais acentuado em mais de cinco anos. Os preços de venda aumentaram a um ritmo mais lento, embora acentuado, e algumas empresas limitaram os ajustes de preços devido a iniciativas de aumento das vendas", explica, em nota.

Conforme a IHS Markit, a queda mais rápida da atividade de serviços em oito meses foi acompanhada de uma queda renovada da produção nas fábricas. Da mesma forma, cita o relatório, o índice de novos pedidos caiu tanto para os fabricantes de produtos quanto para os prestadores de serviços. "Consequentemente, as vendas consolidadas caíram pelo terceiro mês seguido e ao ritmo mais acelerado desde meados de 2020", afirma.

Os dados de março indicaram uma queda ampla nos números relativos à folha de pagamentos nas categorias de produção e de serviços. Como resultado, o índice agregado de emprego se contraiu ainda mais. Embora o ritmo de redução de postos de trabalho tenha sido moderado, foi o mais acentuado desde agosto do ano passado, segundo a IHS Markit.

Outro dado da pesquisa mostra que a confiança nos negócios caiu em março, com o nível geral de sentimento positivo indo ao menor patamar em nove meses e abaixo da média histórica da série. O otimismo diminuiu entre os fabricantes de produtos e as empresas de serviços. "A taxa de inflação dos preços de insumos no setor privado atingiu um novo recorde em março, em meio a acelerações notáveis em ambas as categorias de produção e serviços", afirma, completando que os preços de venda agregados subiram a um ritmo mais lento, mas ainda acentuado.

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