Franco: mais do que a pior crise vivida pelo país, essa pode ser a mais "irritante", já que, segundo o economista, foi provocada por uma política econômica errada (Germano Lüders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de agosto de 2017 às 10h03.
Campos do Jordão - O PMDB, do presidente Michel Temer, nunca foi um partido de reformas ou de economia de mercado, mas diante do "consenso de fracasso da nova matriz econômica", a legenda teve que colocar essa pauta na agenda, mesmo dentro de algumas limitações, disse o ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco - hoje estrategista-chefe da gestora Rio Bravo. Segundo ele, houve um casamento de conveniência entre a área política e econômica.
"As reformas foram propostas, mas foram menos contundentes do que poderiam ter sido", disse Franco em palestra no Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, organizado pela B3 na cidade de Campos do Jordão (SP). "As ambições já eram limitadas, mas não por conta da área econômica", afirmou.
O economista disse que, mais do que a pior crise vivida pelo País, essa pode ser a mais "irritante", já que, segundo ele, foi provocada por uma política econômica errada. "Em 2019 vamos começar tudo isso de novo. Vamos ter que discutir tamanho do Estado, estabilidade do funcionário público. Tudo tem mérito, mas são decisões difíceis", afirmou. A dúvida, segundo ele, é como o mundo político vai articular com o descompasso econômico.