Economia

Veto ao Brasil afetará até 35% das vendas de frango à Europa

Ministro da Agricultura considerou que veto europeu "traz impacto bastante grande" às companhias, as quais terão de buscar outros mercados

Frigoríficos: "Temos um problema que não é o fim do mundo", disse o ministro da Agricultura (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Frigoríficos: "Temos um problema que não é o fim do mundo", disse o ministro da Agricultura (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de abril de 2018 às 16h00.

Última atualização em 19 de abril de 2018 às 22h40.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta quinta-feira, 19, que as 20 plantas exportadoras de carne de frango suspensas pela União Europeia (UE) correspondem a uma parcela de 30% a 35% das vendas do produto brasileiro para o bloco.

Em Campo Mourão (PR), onde participou de reunião com dirigentes da Cooperativa Coamo, Maggi considerou que o veto europeu "traz impacto bastante grande" às companhias, as quais terão de buscar outros mercados enquanto os procedimentos de reabertura para a UE terão de ser feitos.

"Os frigoríficos têm mercado interno e em vários lugares do mundo, não só na União Europeia. Temos um problema que não é o fim do mundo, e as empresas têm capacidade de superar", disse o ministro.

Maggi afirmou que, apesar de o Ministério da Agricultura ser um "órgão regulador", a pasta poderá auxiliar as companhias que tiverem dificuldades financeiras com uma intermediação junto a bancos para que o problema não se agrave.

O ministro explicou que, após a suspensão, o processo de reabertura recomeça "o mais breve possível", com a elaboração de um plano de contingência e a solicitação de uma nova missão da UE para auditorias nas plantas suspensas.

Ele não deu prazo para que uma reabertura ocorra, mas técnicos da pasta calculam que a retomada do mercado demorará mais de um ano. "O Brasil terá o direito de pedir uma nova missão da União Europeia em frigoríficos e teremos de estar sem qualquer problema, porque, se comprovado algo novo, poderemos ser penalizados", afirmou.

Na próxima semana, o ministro terá reuniões em Brasília com representantes de cooperativas paranaenses e com empresas atingidas pelo veto da UE à carne de frango. Maggi confirmou também que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pela UE à carne de frango brasileira, de 1.024 euros por tonelada, para que a carne salgada entre no bloco econômico com um rigor sanitário menor.

"Estamos sendo penalizados, pois há uma proteção por parte de saúde (com o veto) que a gente põe uma interrogação, e uma proteção de mercado que a gente não quer mais aceitar e quer brigar", afirmou.

Em Campo Mourão, Maggi anunciou a contratação de 58 médicos veterinários para atuar na fiscalização no Paraná, principal foco das investigações de irregularidades desde a Operação Carne Fraca, deflagrada há mais de um ano, e confirmou que o Peru anunciou a abertura do mercado para carne suína brasileira. "Esperamos que a Coreia do Sul possa anunciar a abertura de carne suína na semana que vem", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosMinistério da Agricultura e PecuáriaUnião Europeia

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação