Economia

Plano Real, 30 anos: dinheiro ainda é base de transações, mas 41% dos brasileiros preferem Pix

Segundo dados do BC, Pix é o meio de pagamento preferncial de 41% dos brasilerios, ao passo que o dinheiro, 38%. Completam a lista o cartão de débito, com 13%, e o cartão de crédito, com 5%

Carolina Barros Diretora do Banco Central

Foto: Leandro Fonseca
Data: 31/05/2024 (Leandro Fonseca/Exame)

Carolina Barros Diretora do Banco Central Foto: Leandro Fonseca Data: 31/05/2024 (Leandro Fonseca/Exame)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 20 de junho de 2024 às 08h00.

Última atualização em 20 de junho de 2024 às 08h13.

Tudo sobrePlano Real 30 anos
Saiba mais
yt thumbnail

Durante a pandemia, o volume de dinheiro em circulação cresceu 30%, afirmou a diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central (BC), Carolina de Assis Barros. Em entrevista exclusiva à EXAME . Atualmente, esse nível é 20% superior ao do período da crise sanitária. Na prática, mais cédulas são usadas no Brasil.

“A relação do brasileiro com o dinheiro é bastante forte. O brasileiro tem hábitos heterogêneos, temos um país continental. O brasileiro não gosta muito de usar moedas e isso é um desafio para combater indisponibilidades momentâneas de troco”, disse.

Em pesquisa recente realizada pelo BC, segundo Carolina, 64% da amostra respondeu que recebe os salários em conta e outros 34% em dinheiro, número considerado expressivo pela diretora da autoridade monetária.

“Também perguntamos o meio de pagamento mais utilizado. Os quatro meios de pagamento que surgiram, totalizando 97% do uso dos meios são o Pix, o dinheiro, o cartão de débito e o cartão de crédito. O Pix é a preferência de 41%, ao passo que o dinheiro, 38%. O cartão de débito, 13%, e o de crédito, 5%”, afirmou.

No Nordeste, dinheiro ainda é preferência

Entre as regiões do país, 50% dos entrevistados no Nordeste afirmaram que preferem usar o dinheiro como meio de pagamento e 38%, o Pix.

“O dinheiro ainda é base da economia, mas a gente vê que os meios de pagamento digitais vêm crescendo em termos de uso, notadamente o uso do Pix. Mas a gente tem desafios para que esse uso seja amplificado”, disse.

Segundo ela, três desafios são significativos. O primeiro tem relação com a bancarização. O segundo está relacionado ao nível de informalidade da economia. E o terceiro é um desafio tecnológico, em que é necessário oferecer conectividade em todas as regiões do país e acesso aos smartphones.

“O BC é observador de tudo que está acontecendo e nós servidores somos privilegiados em poder assistir isso de perto. Eu acredito, primeiro, que o dinheiro não deve ser erradicado completamente. E é bem provável que os meios de pagamento digitais sigam crescendo. A proposta do Drex gera mais opções aos usuários. Ela pretende reduzir custos de intermediação, faz uso de tokenização. É mais uma etapa nesse processo da gente evoluir o sistema financeiro, lembrando que ele é cada vez mais digital, mais disruptivo e mais inovador”, disse.

Acompanhe tudo sobre:Plano Real 30 anosPIXDinheiro

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor