Plano de paz dos EUA quer levantar US$ 50 bi para palestinos
Autoridade Palestina já anunciou o boicote ao plano e diz que Trump, que apoia abertamente Israel, quer comprar os palestinos
AFP
Publicado em 22 de junho de 2019 às 15h47.
Os Estados Unidos anunciaram neste sábado (22) que seu plano de paz para o Oriente Médio , cujo componente econômico será apresentado na próxima semana no Bahrein, visa levantar mais de 50 bilhões de dólares para os palestinos e dobrar seu PIB em uma década.
Dando pela primeira vez detalhes sobre este plano, o governo de Donald Trump disse que a iniciativa tentará reformar a economia palestina e vinculá-la a de seus vizinhos, a fim de obter grandes investimentos internacionais.
A conferência que será realizada na terça e quarta-feira em Manama, liderada pelo genro e conselheiro do presidente americano Jared Kushner, será uma oportunidade para apresentar este plano tão esperado, que mais tarde incluirá um componente político, segundo as autoridades.
Mas a Autoridade Palestina já anunciou seu boicote ao plano intitulado "Da Paz à Prosperidade", considerando que o governo Trump, que apoia abertamente Israel, tenta comprar os palestinos e, assim, privá-los de um Estado independente.
A Casa Branca apresenta o plano, que deverá ser discutido em detalhes no Bahrein com autoridades financeiras dos ricos países árabes do Golfo, como sendo histórico.
"Representa o esforço internacional mais ambicioso e abrangente para o povo palestino até agora", afirma a Casa Branca em um documento divulgado neste sábado.
"Pode transformar a Cisjordânia e Gaza de maneira fundamental e abrir um novo capítulo na história palestina, um capítulo definido não por dificuldades e perdas, mas por liberdade e dignidade", segundo o executivo americano.
O objetivo é levantar mais de 50 bilhões para os palestinos na próxima década e dobrar seu PIB.
Segundo a Casa Branca, a iniciativa pode transformar a economia palestina, criando mais de um milhão de empregos.
E correndo o risco de irritar os líderes palestinos, o governo americano diz que o dinheiro arrecadado será administrado por um banco internacional de desenvolvimento para garantir uma melhor governança e evitar a corrupção.