Economia

Plano de aumento de impostos de Biden enfrenta resistência

Com cerca de 8 milhões de americanos a mais sem emprego em relação ao nível anterior à pandemia, alguns democratas temem críticas de que impostos mais altos possam prejudicar o crescimento

Há algumas semanas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou o primeiro grande plano de reforma tributária desde 1993 (Doug Mills/Pool/Getty Images)

Há algumas semanas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou o primeiro grande plano de reforma tributária desde 1993 (Doug Mills/Pool/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 24 de maio de 2021 às 17h37.

Última atualização em 24 de maio de 2021 às 17h53.

Semanas depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentar o primeiro grande plano de reforma tributária desde 1993, aumentam os sinais de que a ansiedade entre os democratas no Congresso será um fator que reduzirá significativamente quaisquer aumentos que consigam ser aprovados pelo Congresso.

“Estamos tentando identificar um cardápio de opções” que possa ser aprovado, disse o senador Chris Van Hollen, de Maryland, em entrevista. “Precisamos ter os 50 senadores democratas a bordo. Não há espaço para erros.”

O Departamento do Tesouro deve divulgar as propostas fiscais mais detalhadas do governo no chamado Livro Verde. Mas a equipe do Congresso já ajusta propostas para torná-las viáveis tanto do ponto de vista de políticas quanto político, disse um assessor democrata sob condição de anonimato.

Com a recuperação econômica ainda marcada por mais de 8 milhões de americanos sem emprego em comparação com o nível antes da pandemia de coronavírus, alguns democratas temem as críticas de que impostos mais altos possam prejudicar o crescimento. Os democratas moderados da Câmara — vitais para manter a pequena maioria do partido nas eleições do próximo ano — estão bem cientes do sucesso dos republicanos em interferir nos gastos do governo Obama e nos planos fiscais nas eleições de meio de mandato de 2010.

A proposta de Biden de aumentar o imposto corporativo de 21% para 28% atingiu um obstáculo inicial, pois o senador democrata moderado Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, disse que preferia 25%. Outro elemento — o aumento do imposto sobre ganhos de capital, especialmente para os ricos no momento em que herdam ativos — pode ser flexibilizado. Richard Neal, do Comitê de Assuntos Tributários, avalia opções, segundo informou a Bloomberg News.

Neal, cujo comitê é responsável pela elaboração da legislação tributária, disse que recebeu muitas ideais de colegas sobre como elaborar um pacote e disse que pretende agir rapidamente. No entanto, está ciente do que pode passar por um Senado dividido em 50-50.

“Quanto mais nos alinharmos com o pensamento do Senado e do governo, melhor para nós”, disse Neal em entrevista. “É por isso que tenho sido tão determinado em não pensar em voz alta sobre a política tributária. Tenho sido muito cauteloso sobre isso e vou continuar assim até que um consenso seja alcançado entre os democratas e no painel", disse.

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