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PIB vai crescer menos de 3% em 2006, diz mercado

Produção industrial enfraquecida derrubou projeções, segundo analista

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h38.

O mercado revisou para menos de 3% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Agora a expectativa é que a economia do país avance 2,97% em 2006, de acordo com levantamento semanal realizado na última sexta-feira (10/11) com analistas e instituições financeiras pelo Banco Central (BC).

Na pesquisa anterior, a alta esperada para o PIB no ano era de 3%. De acordo com Marcela Prada, economista da consultoria Tendências, os entrevistados recuaram em suas projeções por conta da divulgação de um resultado fraco da indústria em setembro - a produção teve queda de 1,4% frente a agosto. "O mercado já esperava a baixa, mas não tão forte". Com isso, os analistas consultados pelo BC também cortaram a perspectiva para a produção industrial em 2006 - a alta esperada passou de 3,40% na última leitura para 3,12%. Para 2007, o mercado manteve a expectativa de crescimento de 3,50% no PIB - índice repetido há 11 semanas - e elevou de 4,10% para 4,15% a perspectiva para o avanço da indústria.

A divulgação de índices na semana passada também pressionou a projeção para a inflação em 2006. O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,81% em outubro, bem acima do esperado pelo mercado. A consultoria Tendências, por exemplo, estimava que o índice teria aumento de 0,5%. O mesmo aconteceu com a primeira prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de novembro, que mostrou alta de 0,71% - segundo Marcela, a expectativa para esta parcial também estava em 0,5%.

Os avanços fortes dos índices acabaram contaminando a perspectiva dos analistas para a inflação no ano. As previsões de alta subiram de 3,19% para 3,70% para o IGP-DI, de 3,43% para 3,67% para o IPG-M e de 3% para 3,05% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência pelo governo. Ainda assim, o IPCA continua bem abaixo da meta estipulada para 2006 e 2007, de 4,5%. Para o próximo ano, os consultados pelo BC estimam avanço nos preços de 4,12% - uma ligeira queda frente à previsão da pesquisa anterior, de 4,14%.

Para a analista Marcela, no entanto, as últimas divulgações dos índices de inflação não são preocupantes. "As principais pressões vieram de preços agrícolas, por conta de certos produtos. Ainda que afetem os preços ao consumidor no curto prazo, não devem ter impacto relevante", diz. Os preços das matérias-primas brutas subiram 5,10% em outubro, de acordo com o último levantamento do IGP-DI.

Para os juros, o mercado não alterou as expectativas. Os analistas esperam que o país chegue ao fim de 2006 com uma taxa de 13,25% ao ano, e ao fim de 2007 com uma Selic de 12% ao ano.

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