PIB dos EUA cresce 3% no 2º trimestre, melhor que o esperado
Revisão para cima do ritmo de 2,6 por cento relatado no mês passado refletiu os gastos sólidos dos consumidores
Reuters
Publicado em 30 de agosto de 2017 às 09h46.
Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 10h19.
Washington - A economia dos Estados Unidos cresceu mais rápido do que o calculado inicialmente no segundo trimestre e no ritmo mais rápido em mais de dois anos, com sinais de que o impulso se manteve no início do terceiro trimestre.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu à taxa anual de 3 por cento no período de abril a junho, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira, em sua segunda estimativa sobre o indicador.
A revisão para cima em relação à taxa de 2,6 por cento divulgada no mês passada deveu-se a gastos robustos do consumidor e a investimentos fortes das empresas.
O crescimento no último trimestre foi o mais forte desde o primeiro trimestre de 2015 e seguiu-se a um ritmo de 1,2 por cento no período de janeiro a março. Os economistas entrevistados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB no segundo trimestre fosse revisado para 2,7 por cento.
Os dados de vendas no varejo e gastos das empresas até agora sugerem que a economia manteve sua força no início do terceiro trimestre.
O crescimento forte e o mercado de trabalho perto do pleno emprego sustenta a visão de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, apresentará um plano para começar a reduzir sua carteira de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas no próximo mês, e elevar os juros em dezembro.
Com a aceleração do PIB no segundo trimestre, a economia cresceu 2,1 por cento no primeiro semestre de 2017. Isso foi superior ao 1,9 por cento divulgado no mês passado.
O presidente republicano Donald Trump estabeleceu uma ambiciosa meta de crescimento de 3,0 por cento para 2017, a ser alcançada através de uma combinação de cortes de impostos, desregulamentação e gastos com infraestrutura.
A administração Trump, porém, não conseguiu até agora aprovar nenhuma legislação econômica e ainda precisa articular planos para reforma tributária e infraestrutura. As possibilidades são muitos baixas de que o Congresso dos EUA controlado pelos republicanos debata e aprove uma legislação de reforma tributária antes do final do ano.
Até agora, porém, o impasse político em Washington não prejudicou a confiança dos consumidores nem dos negócios.
Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da economia dos EUA, cresceram a uma taxa de 3,3 por cento, ritmo mais rápido em um ano.
As empresas também ajudaram a economia no segundo trimestre, com os gastos em equipamentos aumentando 8,8 por cento, o ritmo mais rápido em quase dois anos.