Economia: expectativa é que resultado mostre mais sinais de desaceleração da economia (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 15h55.
A economia brasileira deve desacelerar no terceiro trimestre após um bom desempenho nos dois primeiros trimestres, segundo economistas consultados pela EXAME. O dado será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 4, às 9h.
As previsões indicam uma estabilidade ou variação positiva de até 0,2% na comparação com o trimestre anterior.
No segundo trimestre, o PIB registrou alta de 0,4% ante o trimestre anterior, enquanto nos três primeiros meses esse dado foi de 1,4%.
Em relatório, as economistas Natalia Cotarelli e Marina Garrido, do Itaú BBA, estimam que o PIB terá uma alta de 0,2%, puxado pelo resultado da indústria, que deve acelerar na comparação anual.
O setor de serviços, que representa 70% da economia brasileira, deve desacelerar, assim como o setor agropecuário, que deve sentir o fim dos efeitos da safra de soja.
A consultoria 4intelligence também espera uma variação de 0,2% com a continuidade de desaceleração em relação ao restante do ano.
Sob a ótica da demanda, a consultoria espera evolução positiva nos itens Consumo das famílias, Consumo do governo e Formação bruta de capital fixo, ou seja, o volume de investimentos.
O relatório aponta ainda que, se confirmada a projeção de crescimento do terceiro trimestre, o PIB total terá um carregamento para 2025 de 2,4%.
Mesmo com esse cenário, a 4intelligence mantém sua projeção de alta de 2,2% no ano, com expectativa de evolução fraca da atividade no último trimestre.
Para a instituição, há risco de resultados abaixo do esperado para o consumo das famílias e do setor de serviços, que mostraram perda de força além do antecipado nas pesquisas mensais. Isso pode resultar em uma queda do PIB de até 0,2%.
Já em um cenário de alta acima do projetado, apontam que efeitos indiretos adicionais da safra recorde de milho sobre transportes e logística podem incentivar esse resultado, com chance de uma alta da economia de até 0,4%.