Economia

PF nega que pediu para arquivar Vegas em 2009

A nota sustenta que a PF em nenhum momento pediu o arquivamento ou o não envio da Operação Vegas ao STF

Várias cartelas de medicamentos, entre elas de Pramil, foram apreendidas (Divulgação/Polícia Federal)

Várias cartelas de medicamentos, entre elas de Pramil, foram apreendidas (Divulgação/Polícia Federal)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 23h52.

Brasília - A direção da Polícia Federal saiu nesta segunda em defesa dos delegados Raul Alexandre Marques Sousa e Matheus Mella Rodrigues, responsáveis pelas operações Vegas e Monte Carlos, que entraram em rota de colisão com o Ministério Público sobre a responsabilidade pela "paralisação" das investigações, em 2009, contra políticos.

Os dois delegados se reuniram por mais de cinco horas com o diretor-geral, Leandro Daiello e com o diretor-executivo, Paulo de Tarso Teixeira, e, ao final, a PF soltou uma nota oficial com a defesa da versão dos responsáveis pelas operações, dizendo que não partiu de integrantes da PF pedido para "segurar" as investigações.

A nota sustenta que a PF em nenhum momento pediu à Subprocuradora Cláudia Sampaio (mulher do procurador-geral Roberto Gurgel) o arquivamento ou o não envio da Operação Vegas ao STF". Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta segunda, a subprocuradora afirmou que a decisão de "segurar" a investigação Vegas foi tomada em conjunto com o delegado do caso.

A decisão teria ocorrido porque não havia, segundo ela, provas contundentes contra os parlamentares envolvidos com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ao segurar a informação, a quadrilha, desavisada, continuou a operar, o que permitiu a reunião de provas mais contundentes.


A nota diz que a Operação Vegas teve início em março de 2008 em virtude do vazamento de informações sobre a deflagração de uma operação policial e da tentativa de cooptação de um policial federal da Superintendência Regional em Goiás por membros de organização criminosa.

A PF diz que então encaminhou os autos à Procuradoria-Geral da República em setembro de 2009 a partir de decisão do juiz federal de Anápolis (GO) para que fosse avaliado o conteúdo da investigação, cujos fatos se relacionavam com pessoas que possuíam prerrogativa de função, entre as quais o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e deputados federais.

Segundo a PF, houve três reuniões entre o delegado Raul Sousa e a Subprocuradora da República Cláudia Sampaio. As duas primeiras tiveram como objetivo a apresentação da operação policial e o encaminhamento dos autos à Subprocuradora. O último encontro se deu em outubro, quando a Subprocuradora informou não haver elementos suficientes para a instauração de investigação no STF e que opinaria pelo retorno dos autos ao juízo de primeiro grau. "O delegado Raul não pediu à Subprocuradora Cláudia Sampaio o arquivamento ou o não envio da Operação Vegas ao STF", enfatiza a nota. A versão foi rebatida pela procuradora na entrevista.

A Operação Monte Carlo, diz ainda a nota, foi outra iniciativa autônoma, desencadeada em novembro de 2010 a partir do requerimento de três promotores de justiça de Valparaíso (GO) para apurar a exploração ilegal de jogos no entorno de Brasília. "Após o cumprimento dos mandados judiciais de prisão e busca e apreensão, o juízo da 11ª Vara Federal de Goiânia/GO determinou a remessa à Procuradoria Geral da República das informações relativas a pessoas com prerrogativa de função para análise da autoridade competente", enfatiza. Só nessa ocasião, Gurgel decidiu abrir inquérito no STF.

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