Peso argentino despenca 15,6% e BC eleva taxa de juros para 60%
Para tentar acalmar o mercado, a Argentina pediu ao FMI que liberasse parte dos fundos do financiamento de 50 bilhões de dólares
Reuters
Publicado em 30 de agosto de 2018 às 11h42.
Última atualização em 30 de agosto de 2018 às 12h55.
Buenos Aires - O governo argentino anunciou nesta quinta-feira que está buscando maneiras de acelerar uma redução de seu déficit fiscal e conter os riscos financeiros, mas no mercado a moeda sofria uma queda brusca ante o dólar.
Na abertura dos negócios, o peso argentino desabou 15,6 por cento, a 39 por dólar, alcançando uma nova mínima histórica e com uma perda de metade de seu valor no ano.
No meio do pacote de medidas para conter o colapso de sua moeda, o banco central argentino anunciou que elevou sua taxa de juros para 60 por cento, de 45 por cento, e que aumentou em cinco pontos percentuais a taxa de compulsório para bancos privados.
O banco central explicou, em comunicado, que adotou as medidas "em resposta à conjuntura cambial atual e ante o risco de que implique em um impacto maior sobre a inflação doméstica".
A Argentina atravessa uma forte crise financeira e acertou com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de 50 bilhões de dólares, pelo qual o governo se compromete a reduzir seu déficit a 1,3 por cento do Produto Interno Bruto em 2019.
"Estamos trabalhando na instrumentação para adiantar nossas metas para o próximo ano para reduzir esse risco financeiro, o qual vai levar necessariamente à continuidade das discussões de como acelerar também o caminho até o equilíbrio fiscal", disse o chefe de gabinete, Marcos Peña, em um discurso num evento com empresários.
Após o evento, ele disse a jornalistas que o governo argentino cometeu erros, mas que o país agora vai na direção correta.
O presidente argentino, Mauricio Macri, havia anunciado na quarta-feira que acertou um adiantamento de recursos com o FMI para garantir o financiamento do país, em meio a temores de uma potencial interrupção dos pagamentos da dívida.