Pessimismo dos consumidores sobre o momento da economia brasileira chegou no mês passado ao maior nível do ano (Ricardo Matsukawa/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 10h18.
Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 10h18.
São Paulo - O pessimismo dos consumidores sobre o momento da economia brasileira chegou no mês passado ao maior nível do ano, segundo sondagem feita pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
No levantamento de julho, 83,9% dos entrevistados julgaram que o cenário atual da economia é ruim ou muito ruim. Desde dezembro, quando foi registrado o mesmo porcentual para as duas respostas, não se via percepção tão ruim.
Os principais motivos citados pelo consumidor ao explicar a avaliação negativa são o alto índice de desemprego, a percepção de aumento dos preços e o patamar considerado ainda alto dos juros, apesar dos cortes que levaram a taxa básica de juros (Selic) ao menor nível da história.
"O achatamento da renda e o desemprego mostram que, no dia a dia do consumidor, pouca coisa evoluiu com relação ao período mais agudo da crise", comenta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. "A recuperação da confiança requer uma retomada mais vigorosa da economia, que aqueça o mercado de trabalho, mas isso não deve ser visto no horizonte dos próximos meses", acrescenta.
O indicador do SPC Brasil que mede a confiança do consumidor ficou em 41 pontos em julho, um pouco abaixo dos 41,4 pontos do mesmo período do ano passado, mas acima dos 38,8 pontos de junho, o que é lido como uma reação pós-greve dos caminhoneiros. Resultados abaixo de 50 pontos revelam, no entanto, predomínio de visões pessimistas.
A sondagem mostra que 41,5% dos consumidores estão pessimistas ou muito pessimistas a respeito do desempenho da economia nos próximos seis meses. O porcentual é menor, no entanto, do que em junho, quando o grupo pessimista correspondia a 53,5%. A sondagem foi feita com 801 consumidores.