Economia

Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA sobem 137 mil, total chega a 853 mil

Resultado evidência que a pandemia e a falta de estímulo fiscal adicional estão prejudicando a economia

Fila para solicitar seguro-desemprego no Arkansas, Estados Unidos: o mercado de trabalho entrou em crise com a covid-19  (Nick Oxford/Reuters)

Fila para solicitar seguro-desemprego no Arkansas, Estados Unidos: o mercado de trabalho entrou em crise com a covid-19 (Nick Oxford/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 11h16.

Última atualização em 10 de dezembro de 2020 às 11h19.

Os novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos registraram alta de 137 mil na semana encerrada em 5 de dezembro, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira, 10, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado evidência que a pandemia e a falta de estímulo fiscal adicional estão prejudicando a economia.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 853 mil em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 5 de dezembro, em comparação com 716 mil na semana anterior, disse o Departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta-feira.

Economistas consultados pela Reuters previam 725 mil solicitações na última semana.

Os Estados Unidos estão enfrentando uma nova onda de infecções por coronavírus, com o número de casos confirmados ultrapassando a marca de 15 milhões na terça-feira. Novas medidas rígidas de permanência em casa entraram em vigor na Califórnia nesta semana, afetando cerca de três quartos das quase 40 milhões de pessoas no Estado mais populoso do país.

Outros Estados e governos locais também impuseram restrições às empresas, o que os economistas esperam que vá levar a uma nova rodada de demissões durante o inverno no Hemisfério Norte, especialmente sem dinheiro adicional do governo para o alívio em resposta à pandemia.

Um acordo sobre outro pacote de resgate permanecia incerto na quarta-feira, com o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, dizendo que o Congresso ainda está procurando um caminho.

Mais de 3 trilhões de dólares em ajuda governamental para alívio diante da pandemia ajudaram milhões de norte-americanos desempregados a cobrir as despesas diárias, enquanto empresas puderam manter os trabalhadores em suas folhas de pagamento. Mas o estímulo fiscal já quase secou.

Embora um órgão de vigilância do governo tenha descoberto que os dados de pedidos de auxílio-desemprego são imprecisos por causa de pessoas que entram com várias solicitações, pendências em processo e fraudes, eles estão amplamente de acordo com outros dados do mercado de trabalho que sugeriram uma desaceleração na recuperação após explosão de contratações durante o verão no país.

Os pedidos de auxílio-desemprego atingiram um recorde de 6,867 milhões em março. Eles têm ficado acima de seu pico de 665 mil atingido durante a Grande Recessão de 2007-09.

O governo dos EUA informou na sexta-feira passada que a economia criou 245 mil empregos em novembro, a menor abertura de vagas fora do setor agrícola desde que a recuperação dos empregos começou, em maio, e a quinta desaceleração mensal consecutiva. Apenas 12,4 milhões dos 22,2 milhões de empregos perdidos em março e abril foram recuperados.

A crise do mercado de trabalho está mantendo a inflação baixa. Em um relatório separado divulgado nesta quinta-feira, o Departamento do Trabalho dos EUA disse que seu índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em novembro, após ter permanecido inalterado em outubro.

No acumulado de 12 meses até novembro, o índice avançou 1,2%, após um ganho semelhante em outubro. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice de preços ao consumidor subiria 0,1% em novembro e 1,1% em base anual.

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