Economia

PEC Paralela da reforma da Previdência é aprovada na CCJ do Senado

Proposta que contém alterações sobre texto-base foi aprovada por unanimidade em votação simbólica e segue agora para o Plenário

Senado: CCJ aprovou PEC Paralela por unanimidade em votação simbólica (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Senado: CCJ aprovou PEC Paralela por unanimidade em votação simbólica (Marcos Oliveira/Agência Senado)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 19h02.

Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 19h19.

São Paulo — A chamada PEC Paralela da reforma da Previdência, sugestão do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE), foi aprovada na noite desta quarta-feira (4) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. A votação foi simbólica e a aprovação ocorreu por unanimidade.

O texto paralelo foi aprovado depois de acordo fechado entre parlamentares mais cedo. A proposta contém pontos de alteração da reforma da Previdência que não entraram no texto-base da PEC, como a inclusão de Estados e municípios nas alterações das regras previdenciárias.

A criação do texto paralelo foi a saída encontrada por senadores para incorporar mudanças à reforma da Previdência sem forçar o retorno do texto principal da proposta a uma segunda votação na Câmara dos Deputados.

A estratégia acelera o andamento da proposta em pelo menos 30 dias se comparado com uma tramitação normal, em que o texto começaria a ser discutido. A tentativa de governistas é fazer com que a PEC paralela seja votada nos mesmos prazos da reforma principal, cujas votações no plenário estão previstas para 24 de setembro (1º turno) e 10 de outubro (2º turno).

Após chegar ao plenário, tanto o texto principal quanto à PEC paralela poderão receber emendas. Essas emendas serão direcionadas novamente à CCJ para o relator se posicionar antes do primeiro e do segundo turno no plenário.

A PEC paralela irá contém temas como a possibilidade de Estados e municípios incorporarem as novas regras previdenciárias e a previsão de receitas para compensar as supressões promovidas pelo relator na PEC principal.

Tasso sugere, por exemplo, a cobrança gradual de contribuição previdenciária de entidades filantrópicas — excluídas as santas casas e assistenciais — e do agronegócio exportador.

O texto segue agora para o Plenário do Senado e precisa do voto de ao menos 49 dos 91 senadores.

Texto principal

O texto-base da reforma foi votado antes da PEC Paralela e teve o apoio de 18 senadores contra 7 que não votaram a favor. Os parlamentares também analisaram emendas à proposta. Dos 8 destaques apresentados pelos senadores, apenas um foi aprovado por votação simbólica: a emenda 483 que determina que a pensão por morte não possa ser inferior a um salário mínimo (hoje em R$ 998).

Essa mudança já contava com parecer favorável de Tasso e é considerada a principal alteração do relatório. Segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a medida só foi possível graças ao apoio do MDB, que custou R$ 32 bilhões em desidratação no texto.

O texto aprovado pela Câmara garantia uma economia de R$ 933,5 bilhões em dez anos, segundo o Ministério da Economia. Mas o relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), fez mudanças que reduziram o impacto da reforma para os cofres públicos para R$ 870 bilhões.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroReforma da PrevidênciaSenado

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor