Economia

Partido de Merkel critica projeto de Macron para zona do euro

Citando impactos do Brexit, secretária-geral da União Democrata Cristã não considera uma "boa ideia" a criação de um segundo orçamento na União Europeia

Merkel: tratados europeus têm de ser reformados antes da criação de um fundo monetário europeu, segundo conservadores do partido da primeira-ministra (Fabrizio Bensch/Reuters)

Merkel: tratados europeus têm de ser reformados antes da criação de um fundo monetário europeu, segundo conservadores do partido da primeira-ministra (Fabrizio Bensch/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de abril de 2018 às 17h39.

O partido conservador de Angela Merkel na Alemanha se distanciou nesta segunda-feira (16) dos projetos de reforma da zona do euro de Emmanuel Macron, na véspera de um discurso do presidente francês no Parlamento Europeu.

A União Democrata Cristã (CDU) da chanceler criticou a ideia de criar um orçamento próprio para a zona do euro, a fim de apoiar os investimentos.

"Eu não acho que seja uma boa ideia" ter um segundo orçamento diferente do que já existe para a União Europeia (UE) como um todo, afirmou a secretária-geral e número dois do partido, Annegret Kramp-Karrenbauer, à imprensa.

Segundo ela, depois do Brexit a UE tem que fazer frente a muitos desafios orçamentários para compensar a saída do Reino Unido. Ela apontou que apenas os países da zona do euro representam 85% do orçamento total atual da UE e, por isso, parece difícil elaborar um novo orçamento.

"Consequentemente, achamos que, antes de tudo e prioritariamente, temos que nos ocuparmos da questão do orçamento principal da UE", acrescentou Kramp-Karrenbauer.

A secretária-geral da CDU deu essas declarações após uma reunião de deputados de sua formação e de seu aliado bávaro (CSU), ainda mais cético em relação às propostas de Macron.

Para os deputados conservadores de Angela Merkel, antes de criar um Fundo Monetário Europeu (FME), os tratados europeus têm de ser reformados, o que torna a medida muito difícil de realizar.

Essas críticas, na véspera do discurso de Macron no Parlamento Europeu em Estrasburgo, são como um balde de água fria para a França.

Na quinta-feira, o presidente francês se reunirá em Berlim com Angela Merkel para tratar dessas questões.

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