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Parques eólicos ociosos exibem problema do setor na China

A julgar pelos parques eólicos ociosos na China, um problema pode estar sendo gerado no setor de energia renovável do país

Energia eólica: mesmo com o dobro de capacidade eólica, a China ainda produz menos eletricidade com as turbinas em comparação com os EUA (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 18h18.

A julgar pelos parques eólicos ociosos na China , um problema pode estar sendo gerado no setor de energia renovável do país.

A onda de investimentos em energia limpa transformou a China em líder mundial do segmento eólico, respondendo por cerca de uma em cada três turbinas atualmente instaladas, segundo o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês). A Xinjiang Goldwind Science & Technology, que fabrica as máquinas, por sua vez, superou rivais ocidentais como Vestas Wind Systems e General Electric.

Contudo, mesmo com o dobro de capacidade eólica, a China ainda produz menos eletricidade com as turbinas em comparação com os EUA. O motivo é que o país asiático está instalando máquinas de qualidade inferior, usando ventos menos confiáveis e fazendo tudo isso mais rapidamente do que a rede de distribuição consegue absorver.

“Os números são impressionantes”, disse Justin Wu, chefe para a região Ásia-Pacífico da Bloomberg New Energy Finance, que tem sede em Londres. “Dizem que a China está construindo capacidade eólica mais rapidamente do que consegue absorver”.

Do fim de 2006 ao fim de 2015, a capacidade eólica da China se multiplicou por 89, para 139,3 gigawatts, enquanto a dos EUA se multiplicou por sete, para 73,8 gigawatts, segundo dados da BNEF.

Contudo, as máquinas chinesas não são tão eficientes para a geração de eletricidade quanto as dos EUA. Em 2015, os EUA abriram uma ligeira vantagem em relação à China em produção de energia eólica, gerando 185,6 terawatts-hora, contra 185,1 terawatts-hora, mostra pesquisa da BNEF. Em outras palavras, os EUA produziram mais com menos.

Um problema que está sob análise é a eficiência da turbina -- uma preocupação apontada pelas fabricantes de turbinas estrangeiras que tentam entrar no mercado chinês.

A Goldwind é, atualmente, a maior fabricante de turbinas do mundo em exportações, enquanto a participação de mercado da Vestas na China caiu dos cerca de 23 por cento de uma década atrás para cerca de 1 por cento nos últimos dois anos, segundo a BNEF.

“Vemos sinais claros” de mudança, passando o foco dos baixos custos para a produção de energia e a taxa interna de retorno das turbinas, que podem operar por 20 anos, disse o CEO da Vestas, Anders Runevad, em entrevista a Tom MacKenzie, da Bloomberg TV, recentemente, em Pequim.

A qualidade do vento também é apontada como culpada.

Conclusões publicadas no início do ano na revista científica Nature Energy por um grupo de pesquisadores de instituições como a Universidade de Tsinghua, de Pequim, e a Universidade de Harvard, dos EUA, mostraram que a qualidade do fluxo de vento explicava parte da diferença na produção de eletricidade entre EUA e China.

Os analistas dizem que o “contingenciamento” é um dos maiores desafios. O contingenciamento ocorre quando a geração eólica está disponível, mas as operadoras da rede não aceitam a eletricidade. Os motivos são complexos e variam das conexões de rede ruins à preferência pela energia à base de carvão, mais previsível e confiável.

Apesar da rápida expansão da China em energia limpa, a geração à base de carvão ainda responde por mais de 70 por cento das necessidades energéticas do país, segundo a Agência Internacional de Energia.

São Paulo – Segundo um novo relatório do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), a capacidade instalada de geração de energia eólica mundial passou de 6,1 GW para 282,4 GW nos últimos 16 anos. Na prática, hoje o mundo pode produzir o equivalente a 20 hidrelétricas de Itaipu em energia a partir do poder do vento. Apesar dos investimentos tímidos no setor, ocasionados pelas incertezas econômicas, a matriz eólica mundial cresceu 19% em 2012. Confira a seguir quem são os senhores da eólica atualmente. *Matéria atualizada às 17h window.onload = function(){window.parent.CKEDITOR._["contentDomReadypicture_body"]( window );}window.onload = function(){window.parent.CKEDITOR._["contentDomReadypicture_body"]( window );}window.onload = function(){window.parent.CKEDITOR._["contentDomReadypicture_body"]( window );}window.onload = function(){window.parent.CKEDITOR._["contentDomReadypicture_body"]( window );}window.onload = function(){window.parent.CKEDITOR._["contentDomReadypicture_body"]( window );}
  • 2. 1 - China

    2 /17(Getty Images)

  • Veja também

    Dona de 1/4 da capacidade eólica mundial, a China é o país que lidera a expansão do setor, com 75,5 mil megawatts (MW) instalados (26,8 % da participação global) até final de 2012. Trata-se de 30 vezes a capacidade eólica total do Brasil, de 2,5 mil MW. De acordo com o relatório do GWEC, no ano passado, o gigante asiático também tomou a frente do processo de expansão, instalando mais 13,2 mil MW, cerca de 30% do total mundial registrado no período.
  • 3. 2 - Estados Unidos

    3 /17(Creative Commons)

  • Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar no ranking do GWEC, com uma capacidade eólica acumulada de 60 mil MW, o que corresponde a 21,2% do total mundial. Em 2012, o país foi responsável pelo segundo maior investimento no setor, instalando 13 mil MW, cerca de 29% do crescimento da eólica verificado no mundo de janeiro à dezembro do mesmo ano.
  • 4. 3 - Alemanha

    4 /17(Creative Commons)

    O terceiro lugar do ranking ficou com a Alemanha, que registra uma capacidade eólica total instalada de 31,3 mil MW, o que equivale a 11,1% do acumulado mundial. A Alemanha também foi o terceiro país que mais contribuiu para o crescimento do setor no ano passado, com 2,4 mil MW instalados no período, representando 5% da participação global.
  • 5. 4 - Espanha

    5 /17(Getty Images)

    Em quinze anos, a capacidade total instalada de energia eólica espanhola atingiu 22,7 mil MW, o que representa 8,1% do potencial instalado dos projetos eólicos mundiais. Apesar da crise, em 2012 o país teve o sétimo maior crescimento do setor, registrando aumento de 1,1 mil MW de capacidade, uma participação no crescimento global da eólica de 2,5% no mesmo período.
  • 6. 5 - Índia

    6 /17(Vestas)

    Os ventos também sopram forte na Índia, que soma 18,4 mil MW em projetos eólicos, o quinto maior desempenho mundial, com participação de 6,5%. No ano passado, o país registrou aumento de 2,3 mil MW, cerca de 5% do total investido no mundo, a terceira maior expansão no período.
  • 7. 6 - Reino Unido

    7 /17(Getty Images)

    A sexta colocação no ranking do GWEC é ocupada pelo Reino Unido, que acumula uma capacidade eólica total de 8,4 mil MW (cerca de 3% de participação mundial). No ano passado, como seus antecessores e a despeito da crise, o país teve um bom desempenho - instalou mais 1,9 mil MW, respondendo por 4,2% do crescimento mundial do setor no período, a quinta maior expansão.
  • 8. 7 - Itália

    8 /17(Getty Images)

    A Itália é o sétimo líder em energia eólica no mundo, somando 8,1 mil MW em capacidade instalada, com participação mundial de 2.9%. Já em relação à expansão, entre janeiro e dezembro do ano passado, o país registrou o sexto maior crescimento, com um total de 1,2 mil MW instalados, 2,8% do total global.
  • 9. 8 - França

    9 /17(Creative Commons/dvanzuijlekom)

    A oitava colocação no ranking foi para a França que, entre 1996 e 2012, acumulou uma capacidade eólica total de 7,1 mil MW, o que representa 2,5% de participação mundial. No ano passado, o país teve um crescimento no setor pouco expressivo, adicionando mais 404 MW.window.onload = function(){window.parent.CKEDITOR._["contentDomReadypicture_body"]( window );}
  • 10. 9 - Canadá

    10 /17(Creative Commons/Martin Cathrae)

    Marcando presença entre os maiores e mais agressivos mercados de eólica, o Canadá possui a nona maior capacidade total instalada.
    São 6,2 mil MW em projetos eólicos que, ao todo, respondem por 2,2% da participação mundial. Em 2012, o país registrou um aumento de 935 MW, cerca de 2,1% do crescimento global do setor no mesmo período.
  • 11. 10 - Portugal

    11 /17(Creative Commons/ Martin Cathrae)

    Na décima posição do ranking dos líderes, aparece Portugal. Sozinho, ele responde por 1.6% da capacidade de geração eólica total instalada do mundo. Ao todo, o país acumula 4,5 mil MW em projetos eólicos, quase o dobro da capacidade instalada do Brasil.
  • 12. 11 - Dinamarca

    12 /17(Creative Commons/ C. G. P. Grey)

    Na décima primeira posição do ranking aparece a Dinamarca. O país fechou 2012 com uma capacidade total instalada de geração eólica de 4,1 mil MW. Em relação a 2011, o incremento ao longo de doze meses não foi dos mais notáveis, ficando em apenas 217 MW.
  • 13. 12 - Suécia

    13 /17(Creative Commons/ C. G. P. Grey)

    A Suécia é o decimo segundo país com maior capacidade de geração eólica instalada. Em 2012, o país adicionou 846MW ao parque, fechando o ano com 3,7 mil MW totais.
  • 14. 13 - Japão

    14 /17(Wikimedia Commons)

    Palco da tragédia nuclear de Fukushima, o Japão também está entre os países que mais investem em energia eólica no mundo. Ao todo, o parque eólico japonês conta com 2,6 mil MW em capacidade instalada. O incremento em 2011 foi de 88MW.
  • 15. 14 - Austrália

    15 /17(Wikimedia Commons)

    Em 2012, a Austrália somou quase 2,6 mil MW de capacidade instalada de geração de energia eólica, o que coloca o país entre os líderes do setor no mundo. Ao longo do ano, foram adicionados 358 MW.
  • 16. 15 - Brasil

    16 /17(Wikimedia Commons)

    De acordo com o relatório do GWEC, o Brasil é o décimo quinto país com o maior potencial eólico instalado no mundo e o maior da América Latina. Ao todo, o parque eólico brasileiro conta com 2,5 mil MW em projetos. Em 2012, o país teve o oitavo maior crescimento, com um incremento de 1GW, que ajudou a duplicar o potencial dessa matriz limpa. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica ), somente em 2012 foram instalados 38 novos parques eólicos, totalizando 108 empreendimentos.
  • 17. Tóquio

    17 /17(Wikimedia Commons)

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