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Parlamento do Chipre rejeita imposto sobre depósitos

Isso coloca em xeque o resgate internacional para o membro problemático da zona do euro, necessário para evitar o default e o colapso do setor bancário

Bandeiras do Chipre e da União Europeia: o Parlamento de 56 integrantes decidiu, por 36 votos contrários e 19 abstenções, enterrar o projeto de lei, condição para o resgate de 10 bilhões de euros . (REUTERS/Yorgos Karahalis)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 16h52.

Nicósia - O Parlamento do Chipre rejeitou de forma esmagadora nesta terça-feira um imposto sobre depósitos bancários como condição para o resgate europeu, colocando em xeque os esforços da zona do euro para ajudar a mais recente vítima da crise da dívida no bloco monetário.

A votação no Parlamento do pequeno país representou forte golpe para a zona do euro, composta por 17 nações, após legisladores na Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália terem repetidamente aceitado medidas impopulares de austeridade ao longo dos últimos três anos para assegurar ajuda da Europa.

A rejeição, com 36 votos contrários, 19 abstenções e um parlamentar ausente na votação, deixou a ilha do leste do Mediterrâneo, um dos menores Estados do continente, à beira do colapso financeiro.

A exigência europeia no final de semana para que o Chipre quebrasse práticas anteriores e adotasse imposto sobre as contas bancárias como parte do resgate de 10 bilhões de euros da União Europeia (UE) deixou os cipriotas furiosos e agitou os mercados financeiros.

Após a votação, o Banco Central Europeu (BCE) disse ter conhecimento do resultado e reforçou seu compromisso de prover liquidez na medida do necessário dentro das regras.

Uma multidão em festa fora do Parlamento aplaudiu o resultado da votação, entoando: "O Chipre pertence ao seu povo". "A voz do povo foi ouvida", disse o aposentado Andreas Miltiadou, de 65 anos de idade.

O presidente recém-eleito Nicos Anastasiades afirmou a repórteres mais cedo que esperava que o Parlamento rejeitasse o imposto sobre depósitos bancários, "porque eles (parlamentares) sentem e acham que é injusto e contra os interesses do Chipre." Anastasiades recusou-se a aceitar o imposto de mais de 10 por cento sobre depósitos acima de 100 mil euros, o que significa taxar contas menores também. Isso afeta depositantes menores com depósitos que achavam que vinham com uma garantia estatal.

O ministro das Finanças cipriota, Michael Sarris, voou para Moscou nesta terça-feira a fim de buscar assistência financeira da Rússia. Ele descartou por relatos de mensagens de texto que havia renunciado, o que abalou os nervos dos parlamentares que estavam prontos para votar.

REAÇÃO Atordoados pela reação, os ministros das Finanças da zona do euro pediram a Nicósia na segunda-feira que evitasse atingir contas com menos de 100 mil euros, taxando em vez disso as contas grandes, que não são protegidas pelo sistema de garantia de depósito do Estado.

A UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) exigiram que o Chipre levantasse 5,8 bilhões de euros para garantir seu resgate, necessário para salvar seu setor financeiro.

Um esboço de lei revisado visto pela Reuters descartaria valores inferiores a 20 mil euros ante o imposto planejado de 6,75 por cento sobre depósitos de menos de 100 mil euros. O governo não explicou como compensaria a diferença que isso criaria.

O ministro das Finanças da França, Pierre Moscovici, afirmou que a zona do euro pode não fazer mais empréstimos ao Chipre, uma vez que a dívida do país se tornaria inadministrável.

"Acima de 10 bilhões de euros nós entramos em um tamanho de dívida que não é sustentável", disse Moscovici a repórteres em Paris.

Enquanto Bruxelas enfatizou que a medida era para um país que responde por apenas 0,2 por cento da produção europeia, temores têm crescido de que os poupadores em outros países europeus maiores podem ser atingidos.

Atualizada às 16h51.

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Nicósia - O Parlamento do Chipre rejeitou de forma esmagadora nesta terça-feira um imposto sobre depósitos bancários como condição para o resgate europeu, colocando em xeque os esforços da zona do euro para ajudar a mais recente vítima da crise da dívida no bloco monetário.

A votação no Parlamento do pequeno país representou forte golpe para a zona do euro, composta por 17 nações, após legisladores na Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália terem repetidamente aceitado medidas impopulares de austeridade ao longo dos últimos três anos para assegurar ajuda da Europa.

A rejeição, com 36 votos contrários, 19 abstenções e um parlamentar ausente na votação, deixou a ilha do leste do Mediterrâneo, um dos menores Estados do continente, à beira do colapso financeiro.

A exigência europeia no final de semana para que o Chipre quebrasse práticas anteriores e adotasse imposto sobre as contas bancárias como parte do resgate de 10 bilhões de euros da União Europeia (UE) deixou os cipriotas furiosos e agitou os mercados financeiros.

Após a votação, o Banco Central Europeu (BCE) disse ter conhecimento do resultado e reforçou seu compromisso de prover liquidez na medida do necessário dentro das regras.

Uma multidão em festa fora do Parlamento aplaudiu o resultado da votação, entoando: "O Chipre pertence ao seu povo". "A voz do povo foi ouvida", disse o aposentado Andreas Miltiadou, de 65 anos de idade.

O presidente recém-eleito Nicos Anastasiades afirmou a repórteres mais cedo que esperava que o Parlamento rejeitasse o imposto sobre depósitos bancários, "porque eles (parlamentares) sentem e acham que é injusto e contra os interesses do Chipre." Anastasiades recusou-se a aceitar o imposto de mais de 10 por cento sobre depósitos acima de 100 mil euros, o que significa taxar contas menores também. Isso afeta depositantes menores com depósitos que achavam que vinham com uma garantia estatal.

O ministro das Finanças cipriota, Michael Sarris, voou para Moscou nesta terça-feira a fim de buscar assistência financeira da Rússia. Ele descartou por relatos de mensagens de texto que havia renunciado, o que abalou os nervos dos parlamentares que estavam prontos para votar.

REAÇÃO Atordoados pela reação, os ministros das Finanças da zona do euro pediram a Nicósia na segunda-feira que evitasse atingir contas com menos de 100 mil euros, taxando em vez disso as contas grandes, que não são protegidas pelo sistema de garantia de depósito do Estado.

A UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) exigiram que o Chipre levantasse 5,8 bilhões de euros para garantir seu resgate, necessário para salvar seu setor financeiro.

Um esboço de lei revisado visto pela Reuters descartaria valores inferiores a 20 mil euros ante o imposto planejado de 6,75 por cento sobre depósitos de menos de 100 mil euros. O governo não explicou como compensaria a diferença que isso criaria.

O ministro das Finanças da França, Pierre Moscovici, afirmou que a zona do euro pode não fazer mais empréstimos ao Chipre, uma vez que a dívida do país se tornaria inadministrável.

"Acima de 10 bilhões de euros nós entramos em um tamanho de dívida que não é sustentável", disse Moscovici a repórteres em Paris.

Enquanto Bruxelas enfatizou que a medida era para um país que responde por apenas 0,2 por cento da produção europeia, temores têm crescido de que os poupadores em outros países europeus maiores podem ser atingidos.

Atualizada às 16h51.

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