Economia

Para secretário da Fazenda, governo deve fazer mais desbloqueios

Dos R$ 52 bilhões em receitas que o governo deve receber com leilões de petróleo, R$ 12 bi podem ficar disponíveis "em reserva"

Secretário da Fazenda, Waldery Junior, com presidente Bolsonaro e ministro Paulo Guedes: "Continuamos com viés de descontingenciamento", disse secretário (Marcos Corrêa/PR/Reprodução)

Secretário da Fazenda, Waldery Junior, com presidente Bolsonaro e ministro Paulo Guedes: "Continuamos com viés de descontingenciamento", disse secretário (Marcos Corrêa/PR/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de outubro de 2019 às 06h36.

Última atualização em 15 de outubro de 2019 às 06h45.

São Paulo — O governo pode ter uma sobra de cerca de R$ 12 bilhões na reserva orçamentária constituída hoje com recursos esperados com o megaleilão de petróleo do pré-sal programado para 6 de novembro, disse o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Junior. Na prática, mais descontingenciamentos podem ocorrer.

Em relatório extemporâneo do Orçamento, o governo incluiu R$ 52,47 bilhões em receitas esperadas com o megaleilão, considerando apenas a primeira parcela do bônus dos dois blocos sobre os quais a Petrobras já exerceu direito de preferência. O dinheiro, porém, foi destinado a uma reserva e não será usado no primeiro momento.

Depois do leilão, ele será usado para pagar o dinheiro devido à Petrobras (em torno de R$ 34,5 bilhões). Sobram ao menos R$ 18 bilhões, sobre os quais haverá ainda repartição proporcional com Estados, municípios e Estados produtores - eles ficam com 33% do valor líquido após o pagamento à Petrobras.

"A reserva é mais que suficiente", disse Waldery, indicando para a possibilidade de sobra de recursos da reserva. Ele afirmou que caso isso se confirme, a destinação do dinheiro pode ser decidida no relatório previsto para 22 de novembro. "Continuamos com viés de descontingenciamento", ressaltou.

O secretário adjunto do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, disse que os recursos do megaleilão estão "blindados" com a constituição da reserva. "Com o dinheiro entrando, o recurso será liberado", afirmou. Segundo ele, caso a receita não ingresse nos cofres do governo, a despesa não será executada, mas esse cenário é considerado de "chance zero" porque a Petrobras já demonstrou interesse.

O governo liberou nesta segunda R$ 7,3 bilhões, dos quais R$ 4,966 bilhões irão para órgãos e ministérios do Poder Executivo. Segundo o secretário, o detalhamento de quem deve receber esse dinheiro deve ser divulgado na semana que vem, com a edição do decreto de programação orçamentária.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGoverno BolsonaroPré-sal

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor