Economia

Para Merkel, BCE não deve desviar a Europa das reformas

A chanceler alemã disse que os governos da zona do euro devem continuar com reformas, apesar do plano de compra de ativos anunciado pelo Banco Central Europeu

Chanceler alemã, Angela Merkel, faz discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos (Ruben Sprich/Reuters)

Chanceler alemã, Angela Merkel, faz discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos (Ruben Sprich/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 17h15.

Davos - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que os governos da zona do euro devem continuar com as reformas, apesar do enorme plano de compra de ativos anunciado pelo BCE.

Respondendo às expectativas sobre um plano de expansão monetária, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, anunciou que o instituto emissor comprará até 60 bilhões de euros de dívida pública e privada por mês entre março de 2015 e setembro de 2016.

O objetivo do BCE é apoiar uma zona do euro que cresceu 0,2% no terceiro trimestre e que se encontra sob ameaça de deflação (os preços caíram cerca de 0,2% em dezembro, quando a meta de inflação era próxima de 2%).

O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, disse à AFP que o BCE atuou considerando o "interesse geral, a fim de estimular o crescimento e o emprego".

Da Suíça, Merkel disse que "a decisão do BCE não deve nos desviar do nosso caminho de reformas necessárias".

"Agora é o momento de sanear e consolidar os orçamentos, aproveitando que as taxas de juros estão muito baixas", completou Merkel, se referindo ao baixo rendimento da dívida dos países europeus, que lhes permite um financiamento mais barato.

A compra de títulos pelo BCE contribuirá para a tendência baixista dos juros da dívida pública nos 19 países da zona do euro.

A chanceler alemã teme que alguns países relaxem e desacelerem o ritmo das reformas. Por isso, insistiu: "não podemos nos livrar das reformas estruturais".

"Os exemplos de Espanha, Irlanda e Portugal e em parte da Grécia, demonstram que vale a pena fazer reformas; que o crescimento se restabelece", acrescentou a chanceler, referindo-se aos países submetidos aos programas de resgate.

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